Representantes de seis partidos políticos (PCdoB, PT, PSB, PCB, Pros e Psol) lançaram a Frente Democrática em apoio à candidatura de Fernando Haddad à Presidência da República. Em carta divulgada após reunião em Brasilia, nesta segunda-feira (15), as legendas enfatizam que a questão partidária eleitoral está em segundo plano diante das ameaças à democracia que está em jogo neste segundo turno das eleições.
“Acima de todas as diferenças, estamos conclamando todas as brasileiras e brasileiros a votar, neste segundo turno, pela democracia e pelo futuro do nosso Brasil. É hora de união e de luta, sem vacilações”, conclama o documento, em que os partido reafirmam que votar em Haddad é dar uma resposta à “ameaça” do que classificaram como fascismo, representada pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com as siglas, a candidatura de Haddad representa “os valores da civilização contra a barbárie” e apresenta-se como um projeto de país em que “todos têm oportunidades, não apenas os privilegiados de sempre”.
Na fala de todos os presentes, houve uma convergência sobre a necessidade de buscar alianças entre todos os partidos, independentemente de concordar ou não com o PT. Os dirigentes também criticaram o nível da campanha, classificada por eles de agressiva e com base em mentiras.
Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, afirmou que os partidos buscaram dar a verdadeira dimensão da batalha política em curso. Para ela não é uma batalha que polarizou as disputas nesses últimos anos no Brasil e nem uma de uma aliança liderada pelo Partido dos Trabalhadores contra uma que foi liderada ao longo desse tempo todo pelo PSDB. “Nós estamos tratando aqui de outra polarização no Brasil, outra polarização que ou você caminha para a barbárie no Brasil ou você continua num ambiente civilizatório. Porque o que nós vimos nessa primeira fase já do segundo turno é uma campanha que acentuou a agressividade, uma campanha que quer tocar o medo na população brasileira”, declarou a dirigente comunista.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que uma das primeiras ações a partir de hoje é pedir apoio de todos os partidos comprometidos com a democracia, começando por quase todas as legendas do Congresso Nacional que participaram do pacto que deu origem à Constituição Federal de 1988.
“Uma coisa é nós divergirmos em linhas programáticas da economia, em programas sociais. Outra coisa é abrirmos mão de todas as regras da democracia. O que está em risco é a democracia e os direitos da população, como trabalho, renda, as conquistas sociais que tivemos. Avaliamos que o momento é crítico”, disse.
Segundo Juliano Medeiros, presidente do Psol, o apoio a Fernando Haddad no segundo turno tem vindo inclusive de pessoas que não são simpáticas à esquerda.
Confira a íntegra da carta
O Brasil vive um momento histórico que exige resposta firme de todos e todas que defendem a democracia, a liberdade, a soberania nacional, os direitos do povo e a justiça social.
As sementes do ódio e da violência, plantadas nos últimos anos pelas forças reacionárias e pelos donos das grandes fortunas, deram vida a uma candidatura que é o oposto desses valores; que rompe o pacto democrático da Constituição de 1988 e lança sobre o país a sombra do fascismo.
Votar em Fernando Haddad é a resposta a esta ameaça, porque sua candidatura representa os valores da civilização contra a barbárie, representa um projeto de país em que todos têm oportunidades, não apenas os privilegiados de sempre.
Votar em Fernando Haddad é a resposta às fábricas de mentiras e à violência que se espalha pelo país; o prenúncio de um estado autoritário, contra a vida, contra os direitos das pessoas, contra a liberdade e a justiça.
Acima de todas as diferenças, estamos conclamando brasileiras e brasileiras a votar, neste segundo turno, pela democracia e pelo futuro do nosso Brasil. É hora de união e de luta, sem vacilações.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV (CCSP) / Tornado
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