Enquanto uns acham que já podem outros descobrem que tudo tem que ser corrigido, pois não há nada para melhorar, tudo está mal. Desde as infraestruturas, condições de vida da população, aos métodos de ensino, até erros ortográficos foram descobertos nos manuais que ensinou a geração que hoje alicerça está nação.As construções não dirigidas, silenciosamente reivindicam as enormes extensões de terra que se estendem para além do horizonte visual, em lugares privilegiados, vestidos de um enorme letreiro que grita com prepotência reserva fundiária.
A delinquência fermenta nas artérias das cidades, meliantes dançam nas barbas dos comandantes, justificando seus macabros actos com fome, pobreza, desemprego e uns até não podem ser enterrados por falta de identificação. Estes mesmos malfeitores formandos em turmas militares, onde aprendem tácticas ofensivas e defensivas e depois largados a sorte… Uns simplesmente amnistiados e enviados para uma realidade cruel.
Para quem está livre está difícil, imaginem para quem esteve preso…
Talentos se diluindo nos tragos amargos, para acalmar o desespero.
Esta é a nossa realidade despida das divisas que esvoaçaram no remoinho do desperdício. Enquanto choramos pelo petróleo derramado, milhares de hectares férteis anseiam pela semente da diversificação. Pois o nosso chão tem tudo, desde o diamante a mandioca.
Hospitais equipados de voluntários ansiosos por uma vaga.
Realidades enfaixadas e enfeitadas com uma mão de cal que embeleza o lixo. As moscas aplaudem enquanto os de direito, amealham cada cêntimo…
E aqui ansiosa para voltar a andar.
A autora escreve em PT Angola
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