Temos vindo a assistir passivamente a um surto migratório cujos efeitos atingem dimensão universal sem que as sociedades ditas civilizadas se preocupem em abordar as causas que estão na origem deste fenómeno que não é novo.De há muitos anos a esta parte que os “corredores” das migrações se centravam em África, um dos Continentes mais pobres, financeira e culturalmente, e os motivos dessas migrações que deram azo aos primeiros “campos de refugiados” se centravam na fuga a lutas tribais; guerras civis; em que o fratricídio assume contornos do medonho. A Somália, Biafra, Etiópia e muitos outros, diria que quase todos, depois de sentirem o peso do esclavagismo e da colonização, alicerçaram no seu seio o expoente máximo do sentimento e organização tribal, de uma forma feroz em que a disputa pela palhota e a picada foram estádios depois de terem conseguido as condições necessárias à sua independência nacional entretanto abalroadas por conjunturas adversas provocadas em grande medida por interesses externos afetos ao colonialismo deposto.
Casos houve em que foram as potencias colonizadoras a pretexto do reconhecimento da autodeterminação ou independência que abandonaram os territórios depois de lhes terem delapidado os recursos naturais e que não corresponderam com a ajuda internacional necessária como deviam em função da situação de miséria em que deixaram as populações.
Atualmente as migrações alargaram o seu leque de influência em Países até então supostamente estáveis como o Irão; o Iraque; o Afeganistão; a Líbia; a Síria; entre outros; em que a desestabilização social é provocada por ingerência externa e o seu retrocesso civilizacional aparece ligado a uma corrente de índole religiosa: o Islamismo. Corrente religiosa reimplantada como fonte de poder orgânico de Estado com o apoio das Nações Unidas e dos USA que teve n’ “O Grande Aiatola Sayyid Ruhollah Musavi Khomeini uma autoridade religiosa xiita iraniana, líder espiritual e político da Revolução Iraniana de 1979 que depôs Mohammad Reza Pahlavi, na altura o xá do Irão”, o seu pioneiro contemporâneo.
Os casos de ingerência e de influência militar direta verificados no Iraque, Líbia, entre outros, e por último a Síria. Sendo que nos primeiros passaram pela morte dos seus líderes. E no segundo emergiu da guerra civil um Estado Islâmico, do nada, armado e financiado do exterior, surgem como um ponto negro de uma conspiração que emerge assustadoramente num mundo em ebulição. Afundam-se em guerras civis, o que leva à fuga das populações que engrossam os corredores dos refugiados.
A travessia do Mediterrâneo rumo à Europa dos sonhos dourados aumenta e o caos instala-se.
No Continente Americano a instabilidade política instalada na Venezuela e o ataque cerrado à democracia no Brasil a par da perseguição política às comunidades de emigrantes nos Estados Unidos com maior incidência sobre a comunidade Mexicana, são o expoente daquilo que mais tarde ou mais cedo se prenuncia como sendo uma ponta devidamente orquestrada para aquilo que possa vir a acontecer naquele Continente o que, a acontecer, trará consigo consequências inimagináveis para a Humanidade.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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