“Quem tem dono não é dono do que traz às costas.”
Provérbio Africano
Pobreza e corrupção andam sempre de mãos dadas, ganância e corrupção também. Parece normal, mas não é. Quer dizer, tornou-se aparentemente “quase” normal, mas não é nem devia ser!
Em qualquer país digno desse nome, em qualquer sociedade civilizada digna desse nome, deveriam ser o trabalho, a dedicação, a honestidade e a disciplina a definirem e alavancarem o critério do mérito acima de tudo e todos.
Este é e será sempre o princípio da justiça de qualquer sistema social. Praticar esse critério é que seria absolutamente normal e não o contrário.
Anormal é mesmo normalizar a corrupção hoje já generalizada entre as chefias e massificada nas bases das instituições. Corremos o grande e grave risco de aceitar irresponsavelmente a pequena corrupção, primeiro grande passo para aceitarmos passivamente a grande corrupção.
Hoje mais do que nunca, são os conhecimentos e os contactos “certos” que abrem portas. É o critério da cunha, do graxismo, do lambebotismo, da xiconhoquice, do amiguismo, do compadrio entre pessoas que podem trocar favores. “Dás-me isto, que eu dou-te aquilo”; “Faz-me isto, que eu far-te-ei aquilo” ou ainda “Facilita-me isto, que eu facilitar-te-ei aquilo!”
Parecem indiscutivelmente ser estes os grandes lemas do comportamento corrupto diário e regular.
Um comportamento que cria vícios, que destrói completamente e degrada a ética, a moral, o civismo, o respeito: as coisas não se conquistam com esforço, desenrascam-se. E há quem viva do desenrascanço permanente.
Os grandes “vencedores” (ainda que ilusórios) das sociedades actuais são aqueles que vivem de expedientes e não do trabalho e esforço honesto. Pelo menos assim parece e não vejo grandes sinais de mudança!
O grande desafio é educar a nova geração de cidadãos com um conjunto de valores renegados pelo comodismo, fatalismo e passividade reinantes, pois não acredito nos autores deste legado e infelizmente estou ciente de que “A gorila velho não se ensina o caminho”. Infelizmente já escasseiam os imbondeiros que serviam de guias para o porvir.
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