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Segunda-feira, Novembro 4, 2024

Compradores e construtores ignoram os riscos climáticos

Nélson Abreu, em Los Angeles
Nélson Abreu, em Los Angeles
Engenheiro electrotécnico e educador sobre ciência e consciência. Descendente de Goa, nasceu em Portugal, e reside em Los Angeles.

Em todo o mundo, os empreiteiros continuam a construir em locais onde grandes inundações serão um evento frequente em meados do século. As pessoas continuam a comprar propriedades, mesmo em locais que sofreram inundações prejudiciais na última década.

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Compradores e construtores ignoram os riscos climáticos

Em todo o mundo, os empreiteiros continuam a construir em locais onde grandes inundações serão um evento frequente em meados do século. As pessoas continuam a comprar propriedades, mesmo em locais que sofreram inundações prejudiciais na última década.

 

Se o mundo reage mais agressivamente à ameaça do aquecimento global, cerca de 350.000 residências nos EUA, actualmente avaliadas em cerca de US $ 190 biliões, estão construídas em terras que correm o risco de inundações anuais até 2050. Se nenhuma nova política for realizada para reduzir as emissões de carbono, o número de residências em risco pode chegar a cerca de 385.000.

 

Uma das cidades com o maior número de propriedades em risco até 2050 é Miami Beach, na Flórida. Na melhor das hipóteses, a cidade poderia registar 0,21 metros de elevação do nível do mar entre hoje e meados do século, com mais de 3.100 residências, valendo pouco mais de US $ 2 biliões, na zona de risco. No cenário de emissões elevadas, a cidade poderia registar cerca de 0,30 metros de subida do nível do mar até então e mais de 5.100 casas em risco. O Furacão Irma do ano passado fez com que alguns potenciais compradores começassem a indagar sobre os riscos de cheias em Miami.

 

A cidade de Nova Iorque está projectada para ter pelo menos 0,24 metros de inundação entre hoje e 2050. Isso colocaria mais de 5.400 residências na zona de risco, actualmente avaliadas em quase US $ 3,4 biliões. Em Nova Iorque, a super tempestade Sandy criou alguma consciência, mas parece não ser suficiente.

 

Considerando que muitas pessoas pretendem passar as suas propriedades para as gerações futuras, é apenas uma questão de tempo até que as pessoas levem esse factor de risco em consideração. Pode ser mais difícil vender essas propriedades no futuro e o seu valor pode diminuir.

 

Buyers and Developers Ignore Climate Risks

Around the world, developers continue to build on land where major flooding will be a frequent event by mid-century. People continue to buy property even in places that have experienced damaging floods in the past decade.

 

If the world more aggressively reacts to the global warming threat, about 350,000 homes across the USA, currently worth about $190 billion, are built on land that’s at risk of annual flooding by 2050. If no new policies are achieved to reduce carbon emissions, the number of at-risk homes could reach about 385,000.

 

One of the cities with the highest number of at-risk properties by 2050 is Miami Beach, Florida. In the better-case scenario, the city could see 0.7 feet of sea level rise between now and mid-century, with more than 3,100 homes, worth just over $2 billion, in the risk zone. In the high-emissions scenario, the city could see about 0.9 feet of sea level rise by then and more than 5,100 homes at risk. Last year’s Hurricane Irma has caused some potential buyers to start inquiring about flood risks in Miami.

 

New York City is projected to see at least 0.8 feet of flooding between now and 2050. That would put more than 5,400 homes in the risk zone, currently worth almost $3.4 billion. There, super storm Sandy did create some awareness, but it seems not enough.

 

Considering that many people aim to pass down their property to future generations, it is only a matter of time until people take this risk factor into consideration. It could be harder to sell these properties down the line and their value could plummet.

 

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