Ministro da Cultura português reagiu, ainda ontem, ao incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Na sua página da rede social Facebook, pode ler-se:
“O Museu da Língua Portuguesa está localizado no centenário prédio da Estação da Luz em São Paulo. A cidade com o maior número de pessoas a falar português no mundo, onze milhões de habitantes. O Ministério da Cultura de Portugal fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a Secretaria da Cultura da cidade de São Paulo a recuperar, tão breve quanto possível, o Museu da Língua Portuguesa. Solidariedade de Portugal a São Paulo nesta hora de perda. Mãos à obra para recuperar e renovar rapidamente este importante Museu.”
Aquando da sua inauguração, em 2006, políticos e intelectuais portugueses ficaram perplexos, perante a concepção inovadora, dimensão e qualidade do Museu da Língua Portuguesa, composto por três andares, dois dos quais foram ontem completamente destruídos pelo fogo. Presente no local, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o local será reconstruído. Por sua vez, como o Tornado noticiou durante a tarde de ontem, a curadoria do museu adiantou que, por se tratar de arquivos digitais, a maior parte do espólio será reposto através das cópias existentes.
O Museu encerra ao público à segunda-feira e os funcionários que aí se encontravam saíram ao ouvir o alarme de incêndio. A registar uma vítima, um bombeiro civil que trabalhava no local, por paragem cardio-respiratória após inalação de fumo.
De acordo com declarações do Corpo de Bombeiros, todo o complexo da Estação da Luz, no qual se inclui o Museu da Língua Portuguesa, não possuíam licença de funcionamento. Apesar de apresentado e aprovado em 2004 o projecto para início do processo de vistoria por parte dos bombeiros, a análise do edifício não chegou a ser solicitada.
As investigações sobre a causa do incêndio já tiveram início, aguardando-se porém o parecer dos peritos.
A Estação da Luz e os seus arquivos já haviam sido parcialmente destruídos pelo fogo, a 06 de Novembro de 1946. A actual reconstrução data de 2002, altura da comemoração do primeiro centenário do edifício, um ex libris da cidade de São Paulo.