Diário
Director

Independente
João de Sousa

Quinta-feira, Novembro 21, 2024

O Carnaval de Torres pelas fotos de Carlos Miguel

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

O Grémio Artístico Torreense, colectividade da cidade de Torres Vedras com muita tradição nos bailes de Carnaval de outrora, foi o local escolhido para o lançamento do livro de fotografias do Carnaval de Torres, de Carlos Miguel.

O anterior presidente da Câmara Municipal e actual secretário de Estado, conhecido amante de fotografia, decidiu publicar algumas das fotos que foi tirando ao longo dos anos, com as quais já realizou exposições.

Escolheu 400 fotos para o livro (com organização gráfica de Antero Valério), mas estas saíram de uma primeira selecção de 1.200, que por sua vez resultaram de uma escolha entre milhares de fotografias do seu arquivo.

O prefácio é da autoria de António Carneiro, que confessou ter sido muito fácil escrever o texto, porque “quando o coração fala as palavras saem naturalmente”. Em produção está também um livro da sua autoria, com histórias e episódios do Carnaval de Torres, já que o maior evento da cidade actualmente tem o seu cunho enquanto vereador do pelouro do Turismo da Câmara, a partir de meados dos anos 1980.

Essa experiência confere-lhe autoridade para falar de muitos acontecimentos que justificam a dimensão do Carnaval de hoje e alguns foram relatados na sessão de lançamento do livro de Carlos Miguel.

Segundo António Carneiro, em 1983 o Carnaval, então organizado pelo Lar de S. José, estava moribundo e não dava lucro. A Câmara acabou por cobrir os prejuízos e assumiu a organização do evento a partir de 1985, já que em 1984 não houve Carnaval em virtude das graves cheias de Novembro do ano anterior.

António Carneiro revelou que, mesmo um ano e meio após as cheias de 1983, era complicado andar a pedir patrocínios aos comerciantes como era hábito, uma vez que estavam ainda a recuperar dos prejuízos da catástrofe. Como tinha sido cadete na tropa com Júlio Isidro, na altura uma das maiores estrelas da televisão, resolveu contactá-lo e “graças a ele o nosso Carnaval foi o único a estar em directo na RTP durante sete anos consecutivos”, o que deu uma enorme projecção ao evento.

A seguir começaram a aparecer outros carnavais em destaque, mas Júlio Isidro, que viria a ser distinguido pelo Município de Torres Vedras uns anos depois, foi conseguindo arranjar programas de televisão para falar do Carnaval de Torres.

Livro de fotografias do Carnaval de Torres

“A Comissão do Carnaval era constituída por muita gente, dezenas de pessoas, então arranjámos uma comissão executiva de cinco elementos e distribuímos tarefas pelos restantes”, recorda António Carneiro.

Fomos pioneiros com os corsos nocturnos, o corso escolar ou o Carnaval de Verão”

Para Carlos Miguel, “este livro nasce do meu vício pela fotografia mas também da necessidade de explicar o que é o Carnaval de Torres a quem não é de Torres”. Para o autor, o evento mudou ao longo dos anos: Dantes tinha os corsos diurnos e as noites eram dentro de casa, nos bailes das associações. Hoje tudo se passa na rua. “O livro pretende mostrar o fio condutor entre esses carnavais”, explicou.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -