Expansionista e agressivo, o nacionalismo imperial chinês não conhece limites, nem maneiras, e parece estar fora de controlo…
Depois de ter posto em marcha uma estratégia de ocupação militar no Pacífico e de instalar um “colar de pérolas” no Indico, para cercar a Índia, Pequim ‘apalpa’ e sonda a situação no Atlântico, a norte do Equador (S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde, os Açores e vários portos portugueses)…
A ascensão em potência da China levou-a a iniciar uma disputa pela hegemonia global com os USA – já designada por nova “guerra fria”. Para ganhar esta corrida contra os USA, Pequim precisa de garantir os meios e os apoios que lhe permitam uma forte presença militar e económica no Atlântico Norte capaz de desafiar e enfrentar os americanos. Ora, o crucial Atlântico Nordeste é precisamente a zona ocupada pelo vasto e fragmentado território do Estado Português, um estado arquipelágico com mais território marítimo do que “terra firme”, cujos recursos disponíveis são muito escassos e cuja classe reinante é pobre (“de carteira e de cabeça”, dizia o deputado social-democrata J.A. Silva Marques, um homem de pensamento que também era rico), uma classe a quem o império avassalador das ideologias impediu a criação e desenvolvimento de um pensamento estratégico próprio.
Portugal aparece assim como um estado em posição de grande fragilidade (“objectiva e subjectivamente”, como diria Álvaro Cunhal) e a manutenção da sua integridade territorial surge (quase…) como uma ‘derivada’ da aliança estrutural com a potência marítima… O pesadelo do saudoso Comandante Virgílio de Carvalho (a perda de partes estratégicas do território nacional… sem as quais Portugal deixa de ser viável como estado soberano) parece começar a despontar no horizonte como ameaça real.
Exclusivo Tornado / IntelNomics