Esta táctica dos EUA de utilização do petróleo como arma é histórica e tem sido praticada para pressionar os países que não lhe fazem as vontades.
Efectivamente, diversos «embargos petrolíferos» já aconteceram contra o Japão antes da segunda guerra mundial, com a ex-União Soviética na década de 60, e a partir dos anos 80 com a África do Sul e com outros países como a Birmânia, Haiti, Líbia, Iraque, Irão, Síria, Sudão, etc.
No caso da Venezuela, é óbvio, o objectivo único dos EUA é fazer com que o povo morra com falta de medicamentos e de alimentos e criar uma crise para concretizar um golpe.
Qualquer observador atento percebe o que os EUA estão a planear. Todos sabemos, a Venezuela é um grande país produtor de petróleo. Donald Trump, com o apoio de alguns países da União Europeia, onde se inclui Portugal, pretendem fomentar a desestabilização económica para haver instabilidade e crise política.
Com este boicote internacional, sem escrúpulos, violador do direito internacional e dos princípios mais elementares da ética e da democracia, os EUA e os países da União Europeia seus acólitos pretendem vedar o acesso da Venezuela ao comércio internacional e à aquisição de bens de primeira necessidade para tentarem mostrar que existe uma “crise humanitária” e derrubarem um presidente eleito de forma legítima e democrática, através de um auto-proclamado presidente interino, obviamente, porque também existe o apoio de uma oligarquia interna interessada no poder e no petróleo da Venezuela.
Os indicadores macro-económicos da Venezuela podem não ser muito bons mas isso não justifica, nem de perto, nem de longe, que haja um boicote externo e o derrube de um presidente democraticamente eleito com o surgimento do auto-proclamado presidente Juan Guaidó.
Em pleno século XXI, um cenário com tais contornos é profundamente revoltante, inadmissível e vergonhoso.