O artista e activista chinês anunciou a sua intenção de se instalar em Lesbos, na Grécia, com o objectivo de construir um memorial.
O local escolhido tem a ver com o facto de a Grécia ser uma das principais portas de entrada dos refugiados na Europa. Em conferência de imprensa, Ai Wei Wei afirmou já ter um ateliê em Lesbos e que os seus alunos chineses e alemães irão inclusive participar no projecto.
O artista explicou que “este é um momento histórico, seja qual for a perspetiva por que se olhe” e que por isso quer estar ligado à tomada de consciência sobre a crise dos refugiados, através da criação de monumentos que persistam no tempo. O memorial tem como objectivo homenagear os refugiados e evocar a memória dos que perderam a vida a tentar chegar ao seu destino.
O activista
Ai WeiWei tem 58 anos e é pintor, escultor, fotógrafo e cineasta, envolvendo-se também em várias causas ligadas aos direitos humanos. Em 2011 foi detido durante 81 dias pelas autoridades chinesas e foi-lhe confiscado o passaporte, devido às suas críticas contra a corrupção em cargos públicos e à repressão política exercida pelo governo do seu país.
Já em 2015, o passaporte foi devolvido a Wei Wei que tem vindo a inaugurar exposições em vários países pelo mundo. No mesmo ano, recebeu o Prémio Embaixador de Consciência pela Amnistia Internacional, distinção atribuída “aqueles que demonstraram excepcional protagonismo na luta pelos direitos humanos, através da sua vida e do seu trabalho”.