Os estudantes brasileiros, universitários, secundaristas e de ensino técnico, da rede privada e pública de ensino prometem grande paralisação em todas as regiões do país nesta quarta-feira (15): Dia Nacional em Defesa da Educação. O ato está sendo convocado pelas entidades estudantis e juvenis, entre elas, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
As entidades já vinham criticando a falta de plano do governo Bolsonaro para a Educação, porém, o movimento se fortaleceu após o anúncio do Ministério da Educação (MEC) de grandes cortes em todas as áreas, do ensino básico à pós-graduação, nas universidades e institutos federais.
O Dia Nacional em Defesa da Educação, 15M, contra o corte de verbas também terá adesão e apoio dos trabalhadores da Educação. Para as entidades sindicais da área, as mobilizações devem servir de “esquenta” para a greve geral marcada pelas entidades para o dia 14 junho, contra a proposta de Reforma da Previdência do governo Bolsonaro, em defesa da aposentadoria.
“O governo vai provar da pressão popular”
A presidenta da UNE, Marianna Dias, diz que a expectativa é de grande adesão e destaca a importância de que além dos próprios estudantes, a comunidade educacional e os pais participem dos atos de mobilização. “Estamos fazendo uma manifestação de todos os setores. Temos expectativa muito positiva porque a gente acha que Bolsonaro precisa entender que não é simples ignorar o clamor das ruas”, afirmou ressaltando que o governo irá provar da pressão popular nas ruas.
Livro contra armas
A presidenta da UNE faz uma sugestão para que os estudantes levem livros às manifestações. Para ela, é importante fazer esse contraponto à liberação do uso de armas defendida pelo governo. “A gente quer que essa seja uma marca forte das manifestações. Que as pessoas possam empunhar livros, tendo em vista que estamos num processo de ataque à educação e ainda tem esse debate sobre armas. Queremos o livro como símbolo de um país melhor.”
Futuro do país em jogo
Não se trata de um protesto contra o governo Bolsonaro somente, mas uma preocupação “com o futuro do país”, destaca Mariana. Segundo ela, “A educação é algo muito sério e tem reunido muitas pessoas que votaram no Bolsonaro ou apoiam algumas medidas do governo, mas acham um absurdo esse ataque à Educação”.
Ainda segundo a dirigente estudantil, os atos desta quarta-feira darão o caráter nacional à mobilização, mas podem desencadear uma série de outras manifestações.
Desde a semana passada, com o anúncio dos cortes, várias manifestações, assembleias de estudantes e atos ocorreram, reunindo milhares de estudantes. Nesta segunda-feira (13), cerca de 5 mil se reuniram no Centro de Eventos do Campus Samambaia, na Universidade Federal de Goiás (UFG), entre eles, professores, servidores, técnico-administrativos e estudantes ressaltaram a importância da pressão popular para barrar os cortes nos orçamentos das universidades. Fotos abaixo:
USP, Unesp e Unicamp confirmam adesão à paralisação dos estudantes
Universidades públicas, privadas, estaduais e federais prometem aderir à grande paralisação nesta quarta-feira (15). Estudantes da Universidade de São Paulo (USP), da UFSCar Sorocaba-SP, da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Floriano, da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFPAR) realizaram atividades contra o corte na Educação e confirmaram que irão participar da paralisação amanhã.
Secundaristas
Na semana passada, um ato em frente ao Colégio Militar, no Rio de Janeiro, aproveitou a agenda do presidente Bolsonaro no local e reuniu milhares de estudantes secundaristas e a comunidade escolar para criticar as medidas do governo e convocar o dia 15.
Confira onde serão os atos confirmados para o dia 15:
Sudeste
- Espírito Santo
Nova Venesia, Campus Ifes, 15h. - Minas Gerais
Diamantina, Largo Dom João, 15h
Belo Horizonte, Praça da Estação, 15h
Araçuaí, Concentração na IFNMG, 07h
Montes Claros, Praça do Automóvel Clube, 16h
Itajuba, Praça central, 18h - Rio De Janeiro
Rio de Janeiro, Candelária, 15h - São Paulo
São Paulo, Masp, 14h
Sorocaba, Praça Coronel Fernando Prestes, 9h
São Carlos, Praça Coronel Salles, 9h
Ribeirão Preto, Avenida do Café e marcha a Esplanada do Teatro Pedro II, 7h
Bauru, Câmara Municipal, 9h
Centro-Oeste
- Distrito Federal
Brasília, Museu da República, 10h - Goiás
Goiânia, Praça Universitária,14h - Mato Grosso do Sul
Campo Grande, Gramado do Pontilhão em frente a UFMS, 09h
Dourados, Praça Antônio João, 8h
Norte
- Amapá
Macapá, Praça da Bandeira, 15h - Amazonas
Manaus, Entrada da UFAM, 7h
Manaus, Centro de Manaus, 15h - Pará
Belém, Praça da República, 8h
Oriximiná, saída da UFOPA, 8:30h
Santarém, Praça da Matriz, 16h
Alenquer, saída da UFOPA, 16h
Óbidos, saída da UFOPA, 16:30 - Tocantins
Palmas, portão da UFT, 6h; Assembleia Legislativa 9h
Nordeste
- Bahia
Salvador, Campo Grande, 9h - Ceará
Fortaleza, Praça da Bandeira, 8h - Maranhão
São Luis, Vivência da UFMA, 11h30 - Pernambuco
Pesqueira, em frente à casa São Francisco, 9h30
Garanhuns, praça da fonte luminosa, 8h - Rio Grande do Norte
Natal, em frente ao IFRN, 15h - Sergipe
Aracajú, centro da cidade, 14h
Sul
- Rio Grande do Sul
Porto Alegre, Faced – UFRGS,18h
Caxias do Sul, Praça Danti Alighieri, 17h30
Viamão, Centro de Viamão, 16h - Santa Catarina
Florianópolis, Praça Central, 15h
Chapecó, Praça Coronel Bertaso, 9h30
Araranguá, saída da UFSC e do IFSC, às 9h, em direção ao centro da cidade - Paraná
Curitiba, Praça Santos Andrade, 9h
Cascavel, em frente à Catedral, 9h
Londrina, calçadão (em frente ao Banco do Brasil), 10h
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
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