O manifesto que celebramos foi redigido pelo recém-criado “Movimento Homossexual de Acção Revolucionária e que foi publicado no dia 13 de Maio 1974 no Diário de Lisboa e Diário de Notícias.
Este é o documento de base da causa LGBT em Portugal e na época teve grande repercussão, positiva e negativa.
Positiva porque foi a primeira vez que um grupo levantava a voz em defesa e anunciando a existência de um grupo imenso de portugueses que viviam calados e escondidos durante os anos do fascismo.
Negativa, porque após a publicação do Manifesto, generais da então Junta de Salvação Nacional, designadamente Galvão de Melo da ala direita do movimento foi ao único canal de televisão existente na época, RTP, dizer que nem os homossexuais e nem as prostitutas deveriam ter voz.
“Liberdade para as Minorias Sexuais”
O Fascismo havia-se ido, mas os preconceitos e a mão forte do então Governo foi contra eles, para os silenciar.
Levariam outros 10 anos para que um novo movimento aparecesse.
Este manifesto, que é central para que compreendamos os movimentos em favor das minorias em Portugal, não teria existido sem a presença central do António Serzedelo, que além de ser o primeiro a levantar a bandeira LGBTI em solo português, também foi Presidente do Comité Português de Direitos Humanos do Povo Palestiniano. Fez parte do Conselho da Paz e Cooperação do Movimento Anti-Apartheid em Portugal, até ao final do Apartheid na República da África do Sul e Rodésia, envolvido em questões dos direitos femininos e tantos outros das suas militâncias.
Pequeno pedaço de sua vida e de sua contribuição para os Direitos Humanos em Portugal se podem ler no sítio da Internet Wikipédia: António Serzedelo.
No dia 13 comemorou-se a data de aniversário deste tão importante manifesto, não podemos deixar de aproveitar e celebrar a vida desta personagem, entrevistador e produtor do programa Vidas Alternativas, “um programa muito pouco católico para todos os protestantes sociais” o primeiro na Península Ibérica a defender publicamente os LGBT há mais de 20 anos.
É também fundador e Presidente do Opus Diversidades, ex Opus Gay, criada na mesma altura, a segunda mais antiga ONG portuguesa nesta área.
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