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Sábado, Dezembro 21, 2024

«Sorria Comigo»

Beatriz Lamas Oliveira
Beatriz Lamas Oliveira
Médica Especialista em Saúde Publica e Medicina Tropical. Editora na "Escrivaninha". Autora e ilustradora.

Gosto de rir. A ironia sempre de braço dado comigo.

O riso desanuvia e faz afastar o peso das tragédias caseiras. Que das outras não falo hoje. Decidi metê-las na gaveta e até lhes deixei uma vela de companhia.

Inesquecível foi o dia 20 de Outubro de 1994, quando os convidados para assistir à estreia da nova super linha, que ligaria a Grã-Bretanha ao Continente pareciam tão confiantes e felizes. Vi-os na NBC.

O Eurostar ia partir. Era a inauguração!

Súbita, uma voz anunciou nos altifalantes: “Há um atraso, devido a uma avaria, que os técnicos estão a tentar reparar!”

Os jornalistas e alguns convidados riram ás gargalhadas.

Se fosse hoje, Boris Jonhson teria mais um motivo para deixar a Europa à nora. Naquela altura tinha o obeso loiro trinta anos!Era na altura editor assistente no Daily Telegraph.

Terá gaguejado: ”My freinds, what an hunappy day!”

Desde essa data que decidi reforçar a via da ironia para encarar a realidade. Por exemplo andei agora, estes anos todos depois, a catar fotografias daquele dia da inauguração falhada do Eurostar e ver se encontrava a loira cabeça do urso inglês.

O bom humor e a alegria são sentimentos a expandir, e o riso parece ser mais contagioso do que  a meditação. Embora a meditação sobre os motivos de uma boa e espontânea gargalhada seja muito proveitosa.

Avarias há tantas, anomalias e falhas, tantas há, que enquanto esperamos que os técnicos e a ciência ortodoxa as resolvam, mais vale rir. Sobretudo quando das avarias não resultam perdas humanas.

Assim, caro leitor, deixe de ver este mundo rude e cruel, como causa da sua melancolia.

Olhe para este lado e encontre comigo as seguintes oportunidades:

  • Em Lisboa vi um sem abrigo a oferecer, com um sorriso, um pão, a um mulher.
  • O dono do café, onde tomo o pequeno-almoço, disse-me que estou cada vez mais nova!
  • O meu advogado sorri quando eu falo a sério.
  • O meu Anjo-da-Guarda é São Miguel, e eu sinto-me protegida.
  • Avarias? Esgotos a céu-aberto? Violência? Assaltos? Desgraças? Greves gerais? Patrões espertalhões que apoiam e promovem movimentos operários?

Já os havia noutros tempos. Não chegaram com as novas tecnologias. Só foram ampliados pelas televisões, redes sociais e whats app.

É só um momento. Aguarde. Os técnicos vão reparar tudo dentro de momentos. É um malabarismo.

Magia! Neste intervalo e enquanto aguarda, pense, sonhe, ria!

A água cortada ainda não chegou? A internet foi abaixo? Abriu o rádio do carro e saiu-lhe o Quim Barreiros? Os fusíveis rebentaram? Desde que não tenha sido dentro da sua cabeça, a coisa resolve-se.

Por analogia:

O que diz Donald Trump aos empreendedores chineses? Ou aos dirigentes norte coreanos? São variações linguísticas. Umas avarias ortofónicas. Também chamadas de anedota polissémica.

Aquilo cura-se com chá de pé de cereja. Que é o chá com que, a minha Ama, era eu pequena, me lavou a cabeça  e me deixou com os cabelos em pé.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


 

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