A temperatura do Pólo Norte está perigosamente acima do que é normal para esta altura do ano, um fenómeno que está a influenciar o estado do tempo em vários países da Europa e América do Norte. No passado dia 30 de Dezembro, o termómetro subiu mesmo aos 0º C, ponto em que o gelo começa a descongelar, numa grave consequência da tempestade de Inverno que provocou o caos em vários estados dos EUA e regiões do Reino Unido.
A tempestade, que pode ter sido a mais forte alguma vez registada, de acordo com o Ocean Prediction Center, organismo norte-americano de previsão meteorológica marítima, elevou a temperatura do Pólo Norte quase 28 graus acima do que é normal para a estação.
Dados do International Artic Buoy Programme confirmam que a temperatura em latitudes muito próximas do Pólo Norte, ultrapassou mesmo os 0,7º C, igualando a verificada em cidades como Chicago.
Segundo a World Meteorological Organization, o fenómeno El Niño deste Inverno está a ser um dos mais fortes do último século. O seu efeito sobre o Pólo Norte está a provocar rajadas de vento fortíssimas e inundações em muitas áreas habitacionais do Atlântico Norte. No Reino Unido, por exemplo, a chuva intensa fez transbordar vários rios, o que provocou danos substanciais em pontes, habitações e veículos.
Dezembro foi, aliás, o mês mais chuvoso de sempre em várias cidades britânicas, segundo dados do UK Met Office, o organismo que regista e prevê a meteorologia no Reino Unido. No fim-de-semana do Natal, o volume de água das chuvas aumentou 20 centímetros num solo já saturado pela queda de água das últimas semanas.
Estas intempéries extremas surgem apenas algumas semanas após o acordo universal de luta contra as alterações climáticas e o aquecimento global, assinado por 195 países, em Paris.
Ao abrigo deste acordo, a comunidade internacional comprometeu-se a limitar a subida da temperatura “abaixo dos dois graus centígrados” e a “continuar os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus centígrados”.