Poemas inéditos de Delmar Maia Gonçalves
I
“Reino do esquecimento”
Não quero
fazer parte
de um qualquer
reino do esquecimento
Quero vincar bem
minha estadia
fazendo mapas na água.
II
Ó harpa
ó cítara
quero ver-vos
desfeitas
Sou eu quem ama
sou eu quem sofre
e sois vós
quem gemeis
nos meus frágeis braços?
III
A santa pax
reina sobre brasas
sempre trémula e inquieta
O jogo da pólvora
inflama Ares
que arrasta
as suas asas.
IV
“A espera”
Todos dias
novo parto
todos dias
nova morte
A réstea de esperança
ou amplia
ou encolhe
Nada depende
do acaso.
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