Juncker, depois da almoçarada de hoje, no Luxemburgo, com o loiro Boris Johnson, acrescentou ironicamente que continua à espera de uma proposta credível do Primeiro Ministro do UK . Falamos do Brexit.
Na reunião previa-se haver uma reavaliação das conversações técnicas que estão a decorrer entre a UE e o Reino Unido. O principal negociador da comissão europeia, Michel Barnier também esteve presente. Parece que também meneou a cabeça, desiludido. Para Juncker e por suposto, para a União Europeia, é o Reino Unido que tem de apresentar soluções dignas e viáveis para a retirada votada pelo povo inglês. Mas para o luxemburguês nenhumas propostas dignas de atenção séria foram feitas.
O conselho europeu reunirá em Outubro sem ter nada na mesa para conversar?
O presidente Juncker seguiu para Estrasburgo onde vai falar no plenário do parlamento europeu na quarta-feira de manhã.
Na verdade quando os jornalistas perguntaram a Boris Jonhson se estava entusiasmado com este almoço e com as negociações, e ele respondeu, ao menos por uma vez, de forma cautelosa.
Boris Johnson não vai solicitar um aumento do período de transição para depois de Dezembro de 2020, se conseguir um acordo para o Brexit, o que deixará apenas 14 meses para um enorme rol de medidas serem tomadas para evitar uma fronteira de conflito com a Irlanda. A ideia sulfúrica de um período de transição foi apresentada por Stephen Barclay, o secretário do Brexit, que disse no passado domingo que a Grã-Bretanha poderia permanecer no regime de transição até o final de 2022 e potencialmente permitir que os ministros restaurassem a partilha de poder na Irlanda do Norte. Mas ao que parece essa ideia não agrada a John Bull.
Donald Trump e Boris Johnson tinham já tomado o pequeno almoço na reunião do G7, em Biarritz, a 25 de agosto, há umas escassas três semanas.
“Irmãos no caos ”, dizia o título da notícia com a foto dos gémeos bivitelinos no Los Angeles Times nessa data.
Negras almas gémeas brincando com o Jogo do Mundo para ver quem pode causar mais danos políticos, económicos, sociais nos seus respetivos países e por efeito dominó em todos os outros. O presidente americano e o primeiro-ministro britânico têm esta tendência para a desordem em comum.
Quando éramos pequenos jogávamos Monopólio, mas no tabuleiro do jogo ainda não apareciam carros de combate, misseis, armas químicas, nem violações de mulheres usadas como arma de guerra. Tanto quanto sei, hoje em dia as crianças habituam-se desde cedo a cenários desvairados em jogos mortíferos que adultos programam para elas. Essa programação fará parte de um plano.
Parece-me que Trump e Jonhson não conseguem é, ao mesmo tempo, desestabilizar os países satélites dos amigos amedrontados com as manobras do Brexit e terem tento na língua reptilinea que estendem pelas Arábias empurrando-as para o confronto com o Irão. Podiam ir fazendo as coisas aos poucos, mas não o sabem fazer.
Trump não gosta de guerras, diz-se. Manda-as fazer por contratados_podem ser empresas contratadas ou países sob contrato.
Mas está tudo cada vez mais caro e fora da mira de alça telescópica com que tentam fazer pontaria sobre o outro lado do mundo.
É possível que Trump acredite mesmo que a Terra é plana e que pode atingir Teerão como se a capital da Pérsia fosse uma cidade europeia.
O senhor Casa Branca pode baralhar os nomes dos estados americanos e deslocalizar Cuba para a Patagónia. Tudo lhe permitem!
E o amigalhaço Boris deve divertir-se à grande enquanto empurra a melena para trás, tentando não imaginar o que pode acontecer se a rainha lhe descobre os esqueletos que escondeu nos armários do nº 10 de Downing Street.
Imagino-o, e imaginar é direito meu de escritora, a beber chá com amigos com quem frequentou Eton ou o Balliol College em Oxford e todos a rir das bacalhoadas do tio Americano.
E sabendo quanto tudo isto nos pode sair muito caro do ponto de vista social, político, económico e emocional, só podemos perguntar: QUE FAZER?
Rir ou chorar?
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