As três jovens saíram a passear.
Vamos no meu carro, tirei a carta e preciso de praticar.
Damos uma volta, paramos a lanchar.
E assim chegou a hora de regressar.
A condutora dá à chave, o motor de arranque soluça, sem força para fazer o motor pegar.
E agora, telefonamos ao teu marido para nos vir desenrascar?
Não, que vai ralhar. E gozar.
Empurramos o carro até àquela ladeira, pega de empurrão, e depois já podemos voltar.
Empurram duas, o carro move-se devagar, pára logo que solta a embraiagem. E já próximo da ladeira, diz uma para a condutora: Tens de vir também ajudar!
Empurram as três. O carro embala na descida, pega, aí vai ele a acelerar!
A pobre dona olha para as amigas, desconsolada: E agora? O meu marido vai-me matar!
Não, o teu carro é que vai matar aquela velha que vai a atravessar!
E em pânico, desatam as três a gritar:
Fuja, fuja minha senhora, o carro vai-a atropelar!
Lá ao fundo, a velhota olha, sem compreender, avista o carro que desce desembestado, apressa-se, o andarilho não ajuda, na aflição deita-o fora, em passinhos trôpegos corrica, chega à berma e trepa para o patamar.
Mas, entretanto, o carro, desviado por buraco, curvou e espatifou-se contra muro num estrondo de assustar.
E agora, como vamos regressar?
E que direi ao meu marido quando chegar?
Estão já junto do automóvel, dianteira espatifada, radiador a fumegar.
Olha, dizemos que foi o buraco que o fez estampar!
E nem estaremos a mentir, lá está o buraco para o provar!
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