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João de Sousa

Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Oco Silêncio

Poema inédito de Alice Coelho

Oco Silêncio

Calas porque te sentes sábio
Nas masmorras de um castelo
Desfolhas poemas no alfarrábio
Emaranhas os dedos no cabelo
Asfixias a vida no passado cruel
Mastigas palavras para salivares
Rodopias parado nesse carrossel
Não és anjo, muito menos arcanjo
Nem pastor no monte a tocar flauta
Talvez poeta que se rege pela pauta
Oco Silêncio
É sufoco na garganta
É mordaça na boca
É estrangular palavras
É tocar com a mão
O olhar estendido no chão


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