Diário
Director

Independente
João de Sousa

Sábado, Novembro 2, 2024

Cataplana & Companhia

 

Campo de Ourique é um bairro como eu gosto e já não há muitos Tradicional, com muito comércio, lojas que já não existem em outros bairros e restaurantes, muitos, para todos os gostos e apetites e bolsas; pequenos, médios, grandes e de luxo.

Pastelarias muitas, uma delas muito premiada com o melhor pastel de nata de Lisboa. É um bairro simpático em que apetece caminhar pelas suas ruas com árvores e sombra e recantos e jardins onde podemos estar a ver o tempo passar, entrar numa pastelaria e beber uma bica e comer um pastel de nata que, diga-se, é a melhor combinação possível.

A Cataplana & Companhia mora naquele bairro e é famosa, com clientes fiéis. O Sr. José Maria, de Alvaiázere, ex Guardador de Rebanhos com simpatia e competência trata-lhe da saúde.

E está de boa saúde, a casa e nós saímos de lá mais felizes, graças a ele e à sua magnífica equipa.

Eu passo muito por ali, por aquelas ruas, de carro e sempre com pressa para chegar a algum sítio e naquele semáforo vermelho a montra com aquelas cataplanas brilhantes e bojudas a reflectirem as pessoas e os carros, despertam-me a curiosidade. Sempre me prometi que um dia ia lá entrar.

Até que chegou o dia.

Entrei e logo encontrei amigos, fiéis clientes daquele espaço. Recomendaram-me uma das especialidades das cataplanas.

Há varias, de marisco, de amêijoas, de coelho, de bacalhau, de garoupa,etc, etc.

Ao olhar para a lista saliva-se e hesita-se, há tanta coisa boa! Nada de modernices gourmet, tudo comida tradicional portuguesa.

Éramos três e pensámos que não íamos aguentar uma cataplana com a dose generosa com que a servem. Assim cobardolas, optámos por outras variantes.

Para começar uma sopa de peixe com ameijoas e camarão. Estava deliciosa apesar de eu ter reforçado com um pouco de sal. Deliciosa que estava e dava já para ficarmos arrumados e pedirmos a sobremesa.

Mas não, atrevidos decidimos ir um pouco mais além. Bife do lombo para todos. O bife era óptimo, alto, meio termo, carne macia, rosadinha e suculenta e com montes de alho que é como eu gosto. Mais o ovo a cavalo.

O molho era outro pecado que pedia pão para ensopar naquela molhenga. Pão e mais pão. As batatas fritas de palito, inerentes ao prato, estavam nos conformes, crocantes e saborosas. O arroz também estava muito bom, soltinho e que me fez ir às minhas memórias de infância daquele arroz saboroso que só se faz no Norte, lá para o Porto, Minho, etc.

Mas do ponto de vista dos nuticionistas esta maneira muito portuguesa dos acompanhamentos de batata e arroz não é lá muito “católica”!

Batata e arroz junto é demais mas vamos fazer como? Estamos habituados, é tradição e sabe bem!

E tudo o que é bom e sabe bem ou faz mal ou é pecado. Faremos penitência mais tarde. Podia só haver batata frita ou só arroz? Poder podia mas não era a mesma coisa, como diz o anúncio.

Para acabar mais em pecado, veio um pudim flan e uma mousse de chocolate a sério.

Ah, mas não provámos a cataplana que era o nosso objectivo.

Não faz mal, elas estão na montra a olhar para mim quando por lá passo, na próxima não escapam.

Informações úteis

Morada: Rua Ferreira Borges, 193 A  1350-131 Lisboa

Telefones: 213 865 269 / 969 515 575

E-mail: Reservas ([email protected])

Site: www.cataplana-companhia.com

Horário: Aberto de domingo a sexta-feira, das 12:00 às 24:00 (fecha aos sábados)

Texto e imagens de Carlos Barradas

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -