O equinócio da Primavera é celebrado como o início do novo ano em vastas regiões da Ásia ocidental, central e meridional há pelo menos três mil anos por povos de várias etnias e no contexto de várias tradições religiosas.
Mas é no Irão que os festejos têm maior significado, tanto pelo facto de a celebração ser comum à maioria dos seus grupos étnicos (persas, azerbaijaneses, curdos, baluques, talyshis, luristanos, tatis, mazandarinos, etc.) como por ser um dia feriado.
A teocracia iraniana tentou proibir a celebração do novo-ano no início da ditadura religiosa, mas teve que desistir, limitando-se a tolerar os festejos embora tentando limitar o seu âmbito.
A celebração do novo ano começa na última quarta-feira do velho ano com um cerimonial de salto sobre a fogueira – que faz lembrar a nossa celebração do São João – em que cada um pede ao fogo que lhe tire a sua velha cor invernosa e lhe dê novas cores e prolonga-se por um sem número de festividades. Os onze primeiros dias do Novo Ano são dedicados a visitas à família, amigos e vizinhos, a começar pela pessoa mais respeitada da família.
Os iranianos têm tanto direito à sua história, à sua dignidade e à sua liberdade como todos os cidadãos do mundo
Na sua recente mensagem ao Congresso americano, a Presidente do Conselho Nacionalda Resistência Iraniana, Maryam Rajavi, disse-nos que:”para os iranianos o Nowruz contém uma mensagem simples e clara: a primavera da liberdade é inevitável. Pode ser adiada, mas não pode ser parada. Para o povo iraniano, o Nowruz traz uma promessa: o fim seguro da ditadura religiosa e a vinda da liberdade e da democracia. O nosso povo reprimido merece viver numa sociedade livre e democrática, que é também a chave para a paz e estabilidade na região. É esta a única forma de extirpar o fundamentalismo islâmico como uma ameaça global”
São votos a que nenhum democrata e defensor dos direitos humanos pode ficar indiferente. Os iranianos têm tanto direito à sua história, à sua dignidade e à sua liberdade como todos os cidadãos do mundo, e aqueles que em Portugal partilham sinceramente desses valores fazem naturalmente seus os votos de Maryam Rajavi de uma primavera democrática iraniana.