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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

A começada!

Onélio Santiago, em Luanda
Onélio Santiago, em Luanda
Bacharel em Ensino da Língua Portuguesa pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda, é jornalista do semanário angolano Nova Gazeta.

Luís Fernando Veríssimo

A frase é do brasileiro Luís Fernando Veríssimo, o melhor cronista da história da humanidade. Na minha opinião, diga-se. Bastante discutível, por conseguinte.

Pois, como ia dizendo, mantenho comigo uma obra (alheia) que devia devolver há três anos. No entanto, ao denunciar-me no jornal, tirando a desvantagem de o dono do livro descobrir que fui eu quem lhe ficou com o mambo que tanto procura, o recurso à dica do kota Veríssimo funciona como um aviso prévio. Isso mesmo. Com pleonasmo e tudo.

É que, nas próximas quintas-feiras, perdão, todas as quintas-feiras, hei-de partilhar aqui uma croniqueta sobre qualquer assunto, o que não quer necessariamente dizer que será sobre um assunto qualquer. Pelo menos assim espero. Não acredito muito que me tenham dado um espaço no jornal para andar a enfadar as pessoas. Quem quiser ter umas boas sessões de bocejo saberá certamente onde encontrar melhores opções.

Sem querer dar uma de árbitro-jogador, tipos os gajos que falam deles próprios na terceira pessoa, parece-me necessário adiantar-vos que, neste espaço, só falaremos de assuntos verdadeiramente assuntosos. Por isso, preparem-se para as mudanças de estados. Pois haverá dias em que se vão estrebuchar numa boa gargalhada. Noutros dias, porém, precisarão de se esforçar para travar uma lagrimazita teimosa. Não faltará também aquela quinta-feira em que lhes vai apetecer dar-me uma boa chapada.

Porque aqui serão narradas as crucutecas por que passam as zungueiras. Aqui serão revelados os feitos daquele polícia exemplar que, dizendo não à gasosa, aceita o saldo só para não lhe acusarem de malaike. Não faltarão também neste espaço umas caricaturazitas aos artistas e políticos que derem bandeiras.

Os textos deste espaço, de acordo com o Google, chamam-se crónicas. Mas eu chamar-lhes-ia cronicontos. Conheço um amigo que as denominaria crónicas literárias. Pepetela, por exemplo, já diria que se trata de “prosa de difícil arrumação num género”.

Contudo, confrades leitores, tal como souberam perdoar o pedantismo pretensioso com que me fiz anunciar, arranjarão com certeza um género para enquadrar estas crónicas à mwangolé.

Por isso, feitas as apresentações da praxe, despeço-me com o compromisso de, na quinta-feira que vem, contar-vos uns mambos que aconteceram num tempo em que Deus e Diabo eram, usando linguagem desportiva, “companheiros de profissão e adversários de ocasião”. Até lá…

O autor escreve em PT Angola

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