É lamentável ler determinados textos publicados em que se defende que a Competitividade se faz através de baixos salários e pouco mais interessa. Em primeiro lugar – Não são os Estados que competem entre si.
Quem compete são as empresas e só pelo resultado da soma das suas actividades um país é chamado á colação. Deviam saber isto, mas aparentemente ignoram. Será por:
– Defeito da sua Formação?
– Defeito das Universidades?
– Ou será apenas ignorância pura e dura?
E, pergunto eu – Quais consensos? Os que se formaram nos anos de 1980 que postulavam três ideias:
– 1) Desindustrializar a Europa! Transformar Portugal num País de Serviços!
Tenho a dizer que este postulado produziu um Excelente resultado, como aliás se vê! Isto é, desemprego estrutural e não conjuntural e o empobrecimento do País.
– 2) Concorrer em salários com espaços económicos cujos factores de produção são próximos da escravatura! (China e outros)
Excelente postulado, mais uma vez, com os resultados que se vêem!
– 3) Consenso sobre o País dos Serviços!
Direi apenas que, em função dos resultados de tão “inteligentes” enunciados a Europa e Portugal estão a precisar de Novas pessoas (seja qual for a sua idade) com Bom Senso, Visão Estratégica e Espirito de Missão. Coisas que há muito desapareceram das características dos decisores políticos.
A Competitividade faz-se:
- Pela selecção criteriosa, pela formação contínua e pela motivação permanente do pessoal;
- Pela diferenciação de produtos/serviços produzidos e seu valor acrescentado;
- Pela diversificação de mercados, diluindo riscos;
- Pela adopção de uma política de “Quality Insurance” (desde a concepção à entrega, dentro dos prazos, ao cliente e ao consumidor);
- Pelo reconhecimento material e psicológico de quem tem mérito e de quem se destaca em eficiência e eficácia produtiva.
A Competitividade Saudável, (aquela que proporciona lucros permanentes) NÃO se faz por pagar baixos salários, por baixar salários desmotivando com isso as pessoas, pois esta desmotivação tem como efeito a redução da sua produtividade e, em consequência, baixa a competitividade das empresas. Faz-se pelas práticas por mim acima enunciadas.
1) A propósito do salário mínimo
Se uma empresa não pode pagar 520 euros de salário, lamento dizê-lo é porque se verificam uma de duas condições:
1.1) A empresa é mal gerida;
1.2) Não tem viabilidade económica e como tal está a mais no sistema económico;
1.3) ou as duas razões em conjunto.
Seja como for, está a mais no tecido económico português!
O resto são considerações de quem não percebe nada de gestão de empresas ou pior que isso, não perceber que a dimensão do seu bolso está dependente do “vestir a camisola” dos seus empregados.
2) Já agora os salários são demasiado elevados SE …
2.1) As empresas não conhecerem os seus mercados e se esquecerem de desenvolver as acções competentes de trabalho em profundidade nos mesmos;
2.2) Se não tiverem o cuidado de, em permanência, procurar alternativas de clientes e consumidores, não deixando que nenhum cliente assuma uma posição dominante que, em caso da sua saída da carteira de clientes, faça perigar a estabilidade económica e financeira da mesma;
2.3) Se não tiver a preocupação de constantemente inovar em produtos e serviços que vende, seja por tornar o seu portfólio de produtos/serviços mais extenso em profundidade ou seja através da sua diversificação.
Conclusão
Enfim, é fácil ir aos salários e despedimentos. Já o resto não é para todos, como é bom de concluir pelo texto publicado acima. Dito isto, é com profunda tristeza a apreensão, sobre o futuro de Portugal, que procedo hoje a esta análise da situação.