Há doutrinas para todos os gostos. Desde a ciência politica; filosofia; religião; e outros. Até ao ceticismo dos contrários.
Nas sociedades civilizadas todas elas, as doutrinas, estão em decadência acelerada.
Nos Países de conhecimento intermédio estão enraizadas. Nos Países onde a vida é uma luta constante por direitos, nomeadamente o direito à vida, as doutrinas dominantes assumem forma mental doentia que ultrapassa a era do esclavagismo em que um Ser Humano é tido como propriedade de outro ser humano.
O problema de fundo, a meu ver, reside na impossibilidade de ajustamentos culturais das gerações mais antigas aos novos tempos e à aceitação das regras que esses novos tempos geram impondo elevação na formação intelectual do individuo mas também na resistência que os responsáveis pela sua divulgação e implementação tem dinamizado.
Porque a mudança dos tempos não vence as doutrinas incutidas no tempo das gerações desse tempo o que obriga a um estádio de coabitação sem alterar os pilares doutrinais da mente.
Esta evidência, encontra na implementação das novas tecnologias, barreiras doutrinais no âmbito das politicas sociais onde o mérito é relegado em favor da incompetência por falta de aprendizagem e conhecimento, mas também pelos resquícios doutrinais assimilados ao longo da vida de cada um
Aquilo que se passa com as organizações: politicas, sindicais, ordens em geral, empresariais, economia social, ensino, justiça e demais, tanto na sua estrutura orgânica profissional como eletiva, são os contornos enviesados de raiz social não suficientemente credível com influência direta e indireta na vida das pessoas ao ponto de as tornar descrentes naquilo que toca à idoneidade e seriedade no exercício da função.
Acontece inclusive um retrocesso civilizacional generalizado nas gerações mais novas motivado em grande medida pela desinformação premeditadamente introduzida nas plataformas interativas de dados – vulgo Internet – a que o cidadão comum acede, mas também nos planos curriculares escolares sempre decididos por gerações anteriores com suporte em conhecimento adquirido transitado sem qualquer reforma aprofundada que tenha em conta os novos valores e referências.
É comum o recurso compulsivo ao passado para ler o presente. Um exercício anacrónico tendo em conta os novos desígnio do mundo, hoje.
As doutrinas pararam no tempo e pressionam os seus crentes e seguidores a não acompanharem a evolução e desenvolvimento social das civilizações.
No âmbito da doutrina politica seguida pelas organizações politicas há já muitos anos que dela se desvincularam para seguirem outros interesses que tem mais a ver com interesses individuais do que interesses coletivos.
Talvez por isso as populações tenham uma visão da defesa dos seus interesses completamente contrárias a esses interesses e optem por colocar no poder indivíduos que os vão subjugar a interesses financeiros cartelizados onde a mentira reina e a falta de escrúpulos vence.
A Europa rompeu com a sua tradição de defesa dos direitos Humanos; do trabalho; e sociais; para eleger dirigentes que os abominam sem qualquer rebuço e os coloca no fio da navalha da insustentabilidade ambiental mas também em condições de vida precárias em todos os domínios.
A extrema direita ocupa o poder sem qualquer espécie de Norte social porque o atual contexto socioeconómico não lhe permite grande espaço de manobra à luz dos períodos e expansão imperial em parceria com invasões e posterior revolução agrária a que se seguiu a revolução industrial cujas contradições e concorrência desenfreada desemboca na era tecnológica como solução.
O problema maior é o de que a evolução civilizacional das populações não acompanhou este processo e que, por isso, reverteu a sua conceção dos padrões e desígnios de progresso para defender o retrocesso civilizacional e inverter a tendência revolucionária para uma tendência reacionária.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90