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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

A ditadura da democracia americana

Vitor Burity da Silva
Vitor Burity da Silva
Professor Doutor Catedrático, Ph.D em Filosofia das Ciências Políticas Pós-Doutorado em Filosofia, Sociologia e Literatura (UR) Pós-Doutorado em Ciências da Educação e Psicologia (PT) Investigador - Universidade de Évora Membro associação portuguesa de Filosofia Membro da associação portuguesa de Escritores

A democracia é um regime político que se baseia na participação popular, na divisão de poderes e no respeito aos direitos humanos. A ditadura é um regime autoritário que se caracteriza pela concentração de poder, pela repressão e pela violação dos direitos humanos. Esses dois conceitos parecem opostos, mas podem confundir-se quando a democracia é usada como uma forma de dominação e de imposição de interesses.

Esse é o caso da democracia americana, que desde o século XX tem exercido uma influência política, económica e cultural sobre a América Latina e outras regiões do mundo. Os Estados Unidos apresentam-se como o modelo de democracia a ser seguido, mas ao mesmo tempo intervêm nos assuntos internos de outros países, apoiando golpes militares, financiando grupos armados, impondo sanções económicas e promovendo guerras.

Um exemplo disso foi o apoio dos Estados Unidos às ditaduras militares que se instalaram na América Latina entre as décadas de 1960 e 1980. Esses regimes foram vistos como aliados na luta contra o comunismo e na defesa dos interesses americanos na região. Os Estados Unidos forneceram ajuda financeira, militar e diplomática aos governos autoritários, que reprimiram as oposições políticas, sociais e culturais, violando os direitos humanos de milhares de pessoas.

Outro exemplo foi a intervenção dos Estados Unidos na Nicarágua, onde em 1979 uma revolução popular derrubou a ditadura de Anastasio Somoza e instaurou um governo sandinista de orientação socialista. Os Estados Unidos não reconheceram o novo governo e passaram a apoiar os contras, grupos armados que combatiam os sandinistas. Os Estados Unidos também impuseram um bloqueio económico ao país, que afectou a sua população e o seu desenvolvimento.

Estes são apenas alguns casos que ilustram como a democracia americana pode transformar-se numa ditadura disfarçada, que usa o discurso da liberdade e dos direitos humanos para justificar as suas acções intervencionistas e imperialistas. A democracia americana não é uma democracia universal, mas uma democracia selectiva, que beneficia apenas os interesses dos Estados Unidos e dos seus aliados.

A América Latina precisa de resistir à ditadura da democracia americana e buscar a sua própria forma de democracia, que respeite a sua diversidade cultural, social e política. A América Latina precisa fortalecer a sua integração regional, sua soberania nacional e sua participação popular. A América Latina precisa construir uma democracia verdadeira, que seja do povo, pelo povo e para o povo.

 


 

Bibliografia sobre o tema a ditadura da democracia americana:

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