Parece não haver dúvida de que as estratégias de Steve Bannon e da equipe de marketing da extrema-direita brasileira – que trabalha para o governo Bolsonaro – estão conseguindo usar a grande mídia, a mídia progressista, os influenciadores digitais e até a oposição para seus próprios interesses.
É mais do que perceptível que há uma articulação orquestrada para que, a cada dois ou três dias, um ministro de Bolsonaro, ou um membro do segundo escalão do governo, solte uma frase com imbecilidades bem planejadas e das mais absurdas. Quanto mais absurda a ideia, misturando religião, reacionarismo e cultura pop, melhor parece ser o resultado da estratégia. Então se mistura Beatles, demônio, Zumbi, maconha, calcinha, feminismo, rock, etc., etc., etc.
A grande mídia, a mídia progressista, influenciadores digitais e a oposição fazem o papel de impulsionadores das mensagens imbecis. Todos publicam e republicam essas mensagens nas redes sociais na mídia com aquele aspecto de indignação. A oposição ao governo faz uma reclamação formal nas chamadas instituições da República e a carruagem da insanidade segue.
Com isso, a equipe que trabalha para a extrema-direita bolsonarista nem precisa usar recursos financeiros para promover um obscuro desconhecido ou mesmo para manter na mídia um ministro desqualificado e sem expressão. E mais: desvia a atenção das questões importantes para o País, dos erros e da incompetência política do governo.
Depois de um período, já dá para mapear até o pensamento que está por trás dessa estratégia de marketing. As frases são semelhantes e partem de uma lógica que se dissemina nas redes sociais: o absurdo e o politicamente incorreto juntos. Com certeza, há uma equipe trabalhando e fomentando essas informações.
Basta saber até quando a oposição e a mídia progressista vão ser ludibriados e também até quando o marketing escatológico do bolsonarismo vai funcionar.
por Susiana Drapeau, Editora colaborativa em rede da Carta Campinas | Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
Publicado originalmente na Carta Campinas