Camille Corot traz à História de Arte uma maneira inovadora de olhar e construir a paisagem.
É mais um artista que, indo para Itália, lá se deslumbra com tudo o que vê, o que o faz abandonar a sua formação academicista.
Aqui se reconhece a grandeza da natureza, onde a figura humana é colocada apenas como ponto decorativo. Podemos dizer que há uma abordagem lírica ao tema em que é fácil (parece-me) a integração de boas sensações. Muito interessante, também, a contraposição aos verdes frondosos, é aquele caminho lamacento em que a gama cromática se reduz aos castanhos e cinzentos.
Jean-Baptiste Camille Corot
(1796–1875)
Estudou pintura com Victor Bertin, um mestre da paisagem clássica.
Na segunda fase italiana, pintou paisagens de composição mais requintada e de colorido mais denso do que as da fase inicial, fixando a região da Toscana em telas austeras – e Veneza e a região dos lagos em paisagens cheias de bruma.
O método de um mestre
Durante a Primavera e o Verão Corot fazia esboços, verdadeiros registos de impressões paisagísticas que perseguia incansavelmente. No inverno, transcrevia esses esboços em composições cuidadosas, incorporando figuras bíblicas ou mitológicas.
Corot foi também um hábil retratista, principalmente de crianças. Essas obras, ainda que não tenham sido apreciadas pelos seus contemporâneos, são hoje avaliadas como importantes produções.
Subestimado no início do século XX, Corot é considerado, actualmente, um dos mestres do século XIX. A sua obra, impregnada de romantismo, influenciou os impressionistas. Além dos quadros a óleo, produziu desenhos a lápis e bico-de-pena.