Conta a lenda que certa vez uma serpente começou a perseguir um pirilampo. Este fugia rápido com medo da feroz predadora, pensando até em desistir da fuga.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada…
No terceiro dia, já sem forças, o pirilampo parou e perguntou à serpente:
– Posso lhe fazer três perguntas?
– Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que te vou devorar mesmo, podes perguntar, respondeu a serpente.
– Pertenço à sua cadeia alimentar?
– Não.
– Eu fiz-te algum mal?
– Não.
– Então por que queres acabar comigo?
– Porque não suporto ver você brilhar.
Desde tempos imemoriais que assim é. A inveja foi sempre o maior dos males entre os homens. Por ela se morre e por ela se mata. Uma vez enleados nela, instala-se o mau estar, a intranquilidade, a insatisfação. Disfarçada muitas vezes na injúria, na intriga, na maledicência. Daí ao ódio, é um passo. E por razões obscuras, não se é capaz de ver que ela nos causa dor e sofrimento e corrói todo aquele que se lhe padece.
Não compararmos a nossa vida com a de ninguém é o primeiro passo para dela nos libertarmos. E mais importante é sabermos que cada um de nós se encontra na posição certa com vista ao equilíbrio e aos (re)ajustes que se nos fazem necessários. Assim, não nos amarfanhemos com os insucessos ou com a autopiedade, trilhos sempre movediços que nos toldam o entendimento e nos conduzem ao desânimo e ao desalento.
Fiquemos felizes ao vermos o outro feliz.
E elogiemos. Muito. Genuinamente. Sem hipocrisia, mas elogiemos sempre que tivermos motivos para o fazer. Dê alegria às pessoas. Isso atrai simpatia e bem estar. Para os outros e para nós mesmos.
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