É por via da “representação” que o pintor discute o seu conceito de arte e de criação artística.
Neste pequeno filme do Museu Magritte temos uma espécie de resumo do seu imaginário: libertos da atracção da gravidade (em sentido formal e em sentido metafórico) os seus objectos, que não são o que dizem ser, o cachimbo não é um cachimbo, o chapéu não é um chapéu e ele mesmo não é ele mesmo (é um duplo de representação) – os seus objectos tomam balanço e voam, dançam no espaço, flutuam… como se nos quisessem dar a ver uma outra realidade, tal como no seu auto-retrato se dá a ver não o homem real mas um seu alter-ego, um entre os muitos possíveis.
A questão que a sua pintura, e a “leitura” deste filme nos colocam é afinal bem simples: a do mundo do possível, num imaginário liberto, não apenas da “gravidade” mas da realidade em si mesma.
É por via da “representação” que o pintor discute o seu conceito de arte e de criação artística.
Nada é real, mas tudo é possível, no mundo da representação.
Nota do editor
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