No meio do deserto da morte realiza-se hoje a décima oitava edição da “Maratona do Sahara” com a participação de 370 atletas que superam uma difícil prova em mostra de solidariedade com o povo Saharaui.
Este ano participam atletas de 25 nacionalidades há 14 postos de abastecimento, 12 veículos todo o terreno no apoio, trinta jornalistas credenciados, 42 km de suor, dor e muita muita solidariedade. Esta prova decorre nos campos de refugiados Saharauis, no sul da Argélia, num deserto inóspito chamado Hamada (deserto da morte).
Campos de refugiados Saharauis,
no sul da Argélia
Grande parte do povo Saharaui vive aqui em exílio desde a invasão militar de Marrocos, que bombardeou a população civil Saharaui com Fósforo branco e Napalm e construir o maior muro militar de separação do mundo com 2720 km altamente fortificado e com mais 150 mil soldados.
Durante oito dias os mais atletas de todos os cinco continentes, ficam alojados nas tendas das famílias Sahrauis nos campos de refugiados de Tindouf. É lá, no meio do nada e com condições extremas de vida que estes atletas partilham o destino de quem vive refugiado e esquecido pelo mundo há mais de 4 décadas.
Esta prova é mais uma iniciativa que leva a voz dos Saharauis corajosos sobreviventes, homens, mulheres e crianças que não abdicam da sua terra, numa luta não violenta e uma resistência que é uma exemplo para o mundo.
O percurso da maratona é difícil, desde passagens nas dunas onde as pernas ficam submersas na areia, até às áreas de pequenas pedras onde a estabilidade é completamente perdida. Como se isso não bastasse, a corrida acontece sob altas temperaturas e sem sombra alguma. Este é o deserto.
Corredores experientes concordam que é um dos testes mais difíceis que enfrentaram, mas também o mais emocionante. Cânticos de mulheres saharauis acompanham os 42 km encorajando e dando força a cada passo.
As crianças com os seus sorrisos de crianças correm muitas vezes ao lado dos atletas durante algumas centenas de metros dando-lhes a energia que o calor queima.
Aqueles que já participaram nesta prova são unânimes a experiência é inesquecível, a dureza da prova, a intensidade emocional de uma semana em que vivem com os refugiados nas tendas, e quando partem ficam com laços estreitos de amizade.