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Terça-feira, Julho 16, 2024

A política de rapinagem organizada

Beatriz Lamas Oliveira
Beatriz Lamas Oliveira
Médica Especialista em Saúde Publica e Medicina Tropical. Editora na "Escrivaninha". Autora e ilustradora.

Decidi traduzir este artigo do Dr. Mohamad Abdo Al-Ibrahim porque mostra bem a política de rapinagem organizada pelos EUA e dá voz a vozes que os nossos canais noticiosos omitem sistematicamente.

Como sei que aqui em Portugal toda a população está sedenta de conhecimentos e aprecia em particular ouvir e ler vozes contraditórias, pois ter informação de várias fontes é o princípio básico para ter opinião, aqui lhes deixo a minha que, por acaso, coincide quase ponto por ponto da de Al-Ibrahim. Este artigo foi publicado ontem no Syria Times, o mesmo dia em que O Tio Patinhas muito se alegrou por ter conseguido matar um “famoso” terrorista, não esquecendo, caridosamente  de mencionar como este se arrastou chorando baba e ranho, sem qualquer dignidade, pelos túneis onde supostamente foi encurralado pelas vitoriosas forças especiais americanas.

Como tenho a certeza que os democratas portugueses, defensores dos direitos homem, querem saber quem é de facto o tal Dr. Mohamad Abdo Al-Ibrahim, podem consultar o respetivo CV colocando o nome dele na famosa Biblia Google.

“A política externa dos EUA baseia-se desde o início da fundação americana em exploração, roubo e ocupação sob diferentes pretextos fúteis. Exploração do Oriente Médio, América Latina, Ásia, África e até da própria Europa.

A crise em curso no Iraque e na Síria é mais um exemplo para a exploração e roubo dos EUA. Os EUA desculpam a sua presença ilegal e ocupação de alguns territórios nesses dois países irmãos para combater o terrorismo! Enquanto isso, as tropas americanas estão a transportar  para o Iraque  centenas de terroristas do ISIL Takfiri, que eles mantinham detidos da região da Al-Jazeera, depois de os reunir nas bases americanas na Síria.

A agência  SANA citou meios de comunicação e fontes locais dizendo que “as forças de ocupação dos EUA transportaram dezenas de detidos do Daesh do campo de al-Houl, leste da cidade de Hasaka, sob proteção de vôos  dos helicópteros da ocupação no campo”.

Isso ocorreu menos de 24 horas após o transporte de 230 terroristas estrangeiros da organização terrorista da prisão de al-Malkiya para a prisão de al-Shadadi, na zona rural do sul de Hasaka. A medida visa investir em actos terroristas para alcançar seus interesses estratégicos, bem como tentar apagar qualquer evidência de seu envolvimento em uma aliança secreta com essa organização terrorista.

Desde o início da ofensiva turca no território sírio, as forças de ocupação dos EUA transportaram  centenas de terroristas do Daesh e suas famílias dos territórios sírios para o Iraque em seis grupos sucessivos, quando estabeleceu em al-Shadadi, ao sul de Hasaka, um centro por reunir terroristas e respectivas mulheres, disse a SANA.

Enquanto isso, os EUA seguindo as contradições e flutuações de Trump, anunciaram que as tropas dos EUA vão manter a sua presença nos campos de petróleo no leste da Síria.

Os Estados Unidos exploraram petróleo no leste da Síria sob a proteção militar e começaram a explorar ilegalmente hidrocarbonetos sírios, disse o Ministério da Defesa da Rússia num comunicado, e está a enviá-lo em  camiões-tanque, para refinar fora da Síria”.

Uma prática que ocorreu “antes e depois da derrocada do ISIS no leste do Eufrates” indicam os militares russos, apoiando-se numa série de imagens de satélite.

“Sob a protecção de empresas militares e mercenárias privadas dos EUA, o petróleo é levado para fora da Síria. No caso de um ataque a esse comboio, as Forças Especiais dos EUA e a aviação de combate serão imediatamente envolvidas para proteger “, dizia o comunicado.

“Quanto à mineração, ela é realizada utilizando equipamentos fornecidos pelas principais empresas ocidentais e contornando todas as sanções americanas”, continuou o documento.

De acordo com o Ministério russo, a empresa Sadcub, apoiada pela Administração autónoma do leste da Síria, assume as funções de dador de petróleo enquanto as receitas deste contrabando são armazenadas nas contas de empresas privadas de mercenários e serviços secretos dos EUA. Os lucros são estimados em mais de 30 milhões de dólares por mês.

Na verdade, o que os EUA estão fazendo na Síria não tem nada a ver com o combate ao terrorismo, como alegado, mas é uma ocupação e exploração armada dos campos de petróleo da Síria no leste da Síria e é banditismo internacional de Estado.”


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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