Poema de Filipa Vera Jardim
À popa do Horizonte
Balancei o rescaldo dos últimos tempos, à popa do horizonte.
Uma casa lavada. Uma vida sem enigmas. Uma cidade perdida. E o olhar…transversal ao movimento das ondas que nem sempre me deixaram navegar
Fiz as malas e nunca mais voltei.
A não ser numa única vez, quando a sétima onda, parou. Rasante à minha saudade e desatou a chorar.
Nesse dia empacotei todos os sorrisos. Voltei-me de costas para ao mar e deixei-me ir.
Adormeci quase na ponta da falésia. Acordei já a vida ia alta.