Começo a ficar preocupado, confesso.
O que se passa afinal, que de repente algumas figuras consideradas importantes desta praça finalmente descobriram que o luxo é dispensável?
Que milagre ocorreu?
Eu cá amo o luxo. Por exemplo, gostaria de ir de bicicleta para o trabalho, mas como as ciclovias são uma raridade, e há demasiados carros por metro quadrado circulando e para cúmulo o engarrafamento é uma lei da normalidade nas horas de ponta, nada feito!
Não seria esse desejo um luxo?
Pois é. E o que é o luxo?
A ideia do luxo empolga-me, intriga-me. E não tenho vergonha nenhuma de admitir que o meu maior luxo seria andar de bicicleta em segurança.
Agora percebo a paixão do meu falecido irmão mais velho Belmiro Maia, que ficou por Quelimane Ad Aeternum. Que Deus o tenha!
Sempre que me escrevia uma carta ou telefonava, lembrava-se de me pedir para lhe enviar uma bicicleta (ginga de marca), de preferência nova, embrulhada e bem encaixotada.
Portanto, meus senhores e minhas senhoras, não abdico do luxo! Pronto.