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Quarta-feira, Janeiro 15, 2025

A Queda de Ícaro

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

Pieter Bruegel, o Velho, é uma figura cimeira do paisagismo de toda a História da Pintura, como se dá aqui por adquirido.

Pintor das montanhas e dos locais rupestres, escolhe pintar a vida quotidiana nos seus múltiplos afazeres, como resultado da preferência de uma burguesia ascensional pelo grande desenvolvimento comercial vindo das rotas marítimas. Como nenhum outro na história da pintura, dedicou às crianças mais de duas centenas de obras.

Brughel é uma figura cimeira do paisagismo de toda a História da Pintura, como se dá aqui por adquirido. Face às concepções do seu tempo, ninguém quer saber do desastre de Ícaro. O camponês prossegue a sua faina diária sobre a terra, o pastor olha para o céu, mas mantém o estado bucólico do pastoreamento. O mito grego é-lhes indiferente, apenas lhes importando as regras da mãe natureza. O desafiador que se dane.

A perspectiva que nos é dada do quadro prioriza a concepção essencial de um todo, do qual o homem não é mais do que o barco e este não mais do que o rebanho, peças de uma engrenagem vindas das forças invencíveis da natureza.

Pieter Bruegel, o Velho
(1525/1530 — 1614)

Pintor da região de Flandres (actual Bélgica), conhecido por quadros cujos temas são geralmente cenas e personagens campestras.  Considerado um dos maiores mestres flamengos do século XVI, além de pintor, era também escultor, arquitecto e decorador de tapeçarias e vitrais. É geralmente mencionado como Pieter Bruegel, “O Velho” para o distinguir do seu primogénito. Assinou como Brueghel até 1559 e depois os seus filhos retiraram o “h” do sobrenome.

Embora as informações biográficas sejam escassas, a obra de Bruegel permanece como testemunho da sua originalidade. Isto porque conseguiu seguir um caminho próprio, liberto dos cânones tradicionais copiados dos mestres italianos. Estudou pintura com Pieter Coeck, tornando-se mestre da Guilda dos Pintores de Antuérpia em 1551.

Bruegel é responsável por uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época, tornando-se um dos mais representativos pintores flamengos do período Cinquecento (1500-1599) do Renascimento. Na sua obra, o mestre flamengo simplificou a realidade a serviço da sua visão do universal, mostrando a tragédia e a sabedoria de origem popular.

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