A foto sempre circulou na internet em referência à Reunião Apalachin naquele dia de novembro de 1957. Serve também para ilustrar a reunião do “coiso” com sua quadrilha ministerial naquele dia de abril de 2020.
Na manhã do dia 14 de novembro de 1957, na estrada que dá acesso a Apalachin, um pequeno vilarejo rural do Estado de Nova York, o sargento Edgar Croswell e dezenas de agentes federais fizeram um cordão de isolamento nas proximidades da mansão do empresário Joseph Barbara, conhecido como Joe, The Barber.
O sargento há tempos o investigava. Desconfiava que sua empresa de engarrafar bebidas era fachada para negócios criminosos. E naquele dia ficaram de tocaia ao suspeitarem de uma quantidade enorme de forasteiros hospedados em um motel nas proximidades.
Dezenas de carros luxuosos chegavam, homens vestidos em ternos caros, seus charutos e chapéus de feltro, entravam na mansão de Barbara. Na batida, os federais descobriram o maior encontro de chefes mafiosos da história. Da cúpula ao segundo escalão e guarda-costas somavam mais 100 ali reunidos. A pauta era discutir a hegemonia das “famílias”. Naquela década, a Máfia passava por mudanças expressivas e as lideranças se incomodavam muito com a nova facção, que tentava tomar o controle dos veteranos no submundo organizado.
Muitos conseguiram escapar. Mais de 60 foram presos. O histórico encontro dos poderosos chefões da Máfia norte-americana ficou conhecido como A Reunião de Apalachin.
Curiosamente, o cinema nunca abordou direta e exclusivamente o fato. Vários filmes apenas mencionaram a data ou colocaram na trama alguns personagens que estiveram naquele encontro.
Em “Dentro da Máfia” (Inside the Mafia), de Edward Cahn, 1959, a Reunião foi muito vagamente representada no enredo.
Um pouco mais discorrido, contando a história do ex-membro da Máfia Joe Valachi, “Os segredos da Cosa Nostra” (The Valachi Papers), de Terence Young, 1972, baseado no livro homônimo de Peter Maas.
Francis Ford Coppola cita o encontro em uma cena de massacre em “O Poderoso Chefão – Parte III” (The Godfather Part III), 1990.
No mesmo ano, em “Os bons companheiros”, (Goodfellas), de Martin Scorsese, o personagem de Ray Liotta menciona num diálogo que “Foi um tempo glorioso, antes de Apalachin, antes do louco Joe Gallo assumiu um chefe da máfia e começou uma guerra …”
De maneira cômica e enviesada, a séria Reunião foi retratada em “Máfia no Divã” (Analyse this), de Harold Ramis, 1999, com Robert De Niro.
O famoso ator, que já interpretara Vito Corleone no segundo filme da trilogia de Coppola, voltou ao tema na comédia de humor negro policial “A Família” (The Family), dirigida por Luc Besson, 2013.
Acima, na foto, uma colagem com vários atores que representaram mafiosos no cinema, Ben Gazarra, Edgar G. Robinson, De Niro, e até Frank Sinatra, conhecido por suas supostas amizades com notáveis chefões na vida real.
A foto sempre circulou na internet em referência à Reunião Apalachin naquele dia de novembro de 1957. Serve também para ilustrar a reunião do “coiso” com sua quadrilha ministerial naquele dia de abril de 2020.
por Nirton Venâncio, Cineasta, roteirista, poeta e professor de literatura e cinema | Texto original em português do Brasil
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