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Sábado, Novembro 2, 2024

A Solidão e Sua Porta

Poema de Carlos Pena Filho a Francisco Brennand

Francisco Brennand, artista pernambucano era considerado um dos maiores expoentes das artes plásticas contemporâneas.

Do amigo Carlos Pena Filho, Brennand recebeu um vez o poema, que de certa forma fala sobre a brevidade da vida. Porque quando um artista morre, mesmo aos 92, sempre morre antes do tempo.

A Solidão e Sua Porta

(A Francisco Brennand)

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

Arquitetar na sombra a despedida
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.


por Carlos Pena Filho | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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