Poema de Carlos Pena Filho a Francisco Brennand
Francisco Brennand, artista pernambucano era considerado um dos maiores expoentes das artes plásticas contemporâneas.
Do amigo Carlos Pena Filho, Brennand recebeu um vez o poema, que de certa forma fala sobre a brevidade da vida. Porque quando um artista morre, mesmo aos 92, sempre morre antes do tempo.
A Solidão e Sua Porta
(A Francisco Brennand)
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalhaArquitetar na sombra a despedida
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vidaCom tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.
por Carlos Pena Filho | Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado