A atitude solidária do governo da Venezuela é exatamente o oposto da ação do governo de Bolsonaro.
Um tapa na cara do arremedo de política externa do governo direitista de Jair Bolsonaro e do diplomata Ernesto Araújo, que ocupa a direção do Itamaraty. Esta é a maneira como pode ser entendida a iniciativa solidária do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e seu chanceler Jorge Arreaza, de colocar à disposição da população do Amazonas, e Manaus, em especial, o oxigênio necessário para atender aos pacientes de coronavírus que correm risco de morrer por asfixia devido à falta desse recurso nos hospitais da capital amazonense.
“Por instruções do presidente Nicolás Maduro, conversamos com o governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima, para colocar imediatamente à sua disposição o oxigênio necessário para atender a contingência sanitária em Manaus. Solidariedade latino-americana acima de tudo!”, afirmou Arreaza no twitter. Deixou claro, nesta afirmação, que a solidariedade venezuelana é com o povo e não com governos – sobretudo o de Bolsonaro que, nestes dois anos em que exerce a presidência do Brasil, multiplicou os ataques e ameaças ao governo legítimo da Venezuela – governo legítimo que sequer aceita, preferindo reconhecer o aventureiro golpista e pró-EUA, o fantoche Juan Guaidó, como presidente da Venezuela.
Ao mesmo tempo em que fomenta as intrigas do chamado Grupo de Lima (pró-EUA) contra a Venezuela e seu governo legal.
Ação agressiva que culminou em 18 de setembro de 2020 quando o ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, o notório capacho dos EUA, Ernesto Araújo, acompanhou em viagem à Roraima, à fronteira com a Venezuela, a Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, que ali proferiu ameaças e mentiras contra Nicolás Maduro, em atitude agressivamente guerreira contra o governo de um país soberano.
A atitude solidária do governo da Venezuela é exatamente o oposto da ação do governo de Bolsonaro, que virou suas costas a Cuba e desprezou vizinhos que passaram por situações dramáticas na pandemia. como principalmente Bolívia, Peru e Equador – onde, em maio de 2020 a situação chegou a alarmar o mundo com imagens de pilhas de cadáveres nas rus de Guayaquil, mortos pelo coronavírus.
A solidariedade da Venezuela, como a de Cuba, aos povos atingidos pela Covid-19, coloca em prática um princípio que, desde 2019, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil abandonou – a solidariedade não é a países em abstrato, nem a governos – a solidariedade é com o povo, como o chanceler Jorge Arreaza deixou claro em sua manifestação no twitter: “Solidariedade latinoamericana acima de tudo!” – um princípio que as relações exteriores do Brasil, sob Bolsonaro e Ernesto Araújo, abandonaram.
Texto em português do Brasil
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