Poema de Ernesto Dabo
“A verdade”
Sob o sol das palavras
vezes poucas te encontro
Fria
à espera
de candeeiro na mão
de olhos à ronda
Farol sobre estuário fechado
Quando traças caminho na noite
sem ligar ao fogo frio do relâmpago molhado
chegas ao náufrago
igual a sopro na vela em mastro
Salvas
devolves vida à terra de todas as gentes
Algumas em guerra
por tua ausência
Outras em si
por tua presença
Como és importante
Divina senhora
Quem sabe
talvez por isso
tão distante
junto ao inteligente
Quando és
sais do corpo de qualquer gente
Quente por vezes
outras
em suaves tons
Aí
pessoa macho ou fêmea
fica embaraçada
qual anjo
que verte com segredo
sorriso ou ira
O que de certo acontece
com vida-faísca
é o defunto fumo da mentira
É verdade
assim luta e vence a verdade das gentes.
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