“A Virgem Castiga o Menino Ante Três Testemunhas (Breton, Éluard e Ernst)”, por Max Ernst, que aprendeu a pintar a copiar paisagens de Van Gogh
Muito interessante e desassossegado exemplo provocatório do Dadaísmo, ainda que mais “calmo” que o seu congénere mais “expressivo” do norte da Europa. O pintor assentaria, depois, arraiais no Surrealismo.
Repare-se em alguns aspectos contraditórios e decisivos da apresentação iconográfica.
A virgem sova Jesus como uma mãe vulgar, mantendo, embora, as cores das suas vestes como lhe é comummente atribuída. Mesmo cometendo um acto banal de severidade matriarcal, mas não recomendável, Maria, todavia, não perde o halo e a sua significância de divindade.
Não é a paz que ela transmite e mesmo assim, não se exime de ser observada por três homens.
Max Ernst 1891-1976
Foi um pintor alemão, naturalizado norte-americano e depois francês. Também praticou a poesia entre os surrealistas. Ernst aprendeu a pintar sozinho enquanto estudava Filosofia e Psiquiatria na Universidade de Bonn entre 1909 a 1914, chegando a exibir uma de suas pinturas em 1913. Em 1914 Ernst veio a conhecer o surrealismo através de um grande pintor surrealista, Jean Arp, pelo qual manteve a amizade pela vida inteira.
Em 1916 foi convocado pelo serviço militar alemão para lutar na Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, Ernst foi morar em Colónia com Jean Arp e Johannes Baargeld, vindo a fundar o Grupo Dada de Colónia.
Em 1920 Max Ernst realizou uma exibição que foi fechada pela polícia, alegando que a exposição era demasiado obscena. Ernst acabou se mudando para Paris em 1922, onde veio a se juntar com o grupo surrealista. Era amigo de Gala e Paul Éluard, André Breton e Tristan Tzara.
Ernst viveu em Nova York entre 1941 a 1945, em 1942 conheceu a pintora surrealista Dorothea Tanning.
Em 1958 voltou a morar em França até sua morte.