A vitória do Haddad no 28 de outubro é uma possibilidade real. A torrente democrática e civilizatória que contagia o país nesses dias derradeiros da campanha parece ser irreversível.
A pesquisa Ibope [23/10] detecta tendências nitidamente favoráveis a Haddad e desfavoráveis ao candidato de extrema-direita:
- está aumentando a quantidade dos eleitores fidelizados do Haddad, enquanto mingua o contingente de eleitores decididos a votar em Bolsonaro;
- está aumentando a rejeição do extremista, ao passo que diminui a rejeição do Haddad;
- Haddad está crescendo na maior fatia do eleitorado e no nordeste;
- Haddad ultrapassou Bolsonaro na capital paulista, enquanto o talibã antipetista João Dória puxa o extremista de direita para baixo no maior colégio eleitoral do país; e
- a apenas 4 dias da eleição, 30% dos eleitores, a maioria que votou no Bolsonaro no primeiro turno, pode mudar de voto.
Cresce na sociedade a consciência a respeito dos riscos do nazi-bolsonarismo. O extremismo, a truculência e a violência disseminada pelos milicianos nazi-bolsonaristas e pelo próprio candidato assustam as pessoas e estão produzindo um sentimento de medo e pânico mesmo em quem pensava em votar nele.
Haddad conseguiu romper a bolha onde o candidato que foge de debates se esconde, e já se comunica e conquista a simpatia de um eleitorado entorpecido pelas mensagens de ódio, violência, preconceito, intolerância e incivilidade transmitidas via WhatsApp.
A campanha tem evidenciado o contraste entre a civilização e a barbárie; entre a democracia e o despotismo; e entre a liberdade e a repressão que distingue Haddad do fascismo.
O nazi-bolsonarismo cultua o facínora coronel Brilhante Ustra, defende o extermínio de quem pensa diferente, ameaça fechar o judiciário, declara guerra a países vizinhos, anuncia a censura da imprensa e promete liberar o armamento para os brasileiros guerrearem entre si.
O candidato extremista é apoiado por Regina Duarte, a bizarra “rainha do medo”; pelos militares que deveriam estar protegendo as fronteiras do país mas desobedecem a Constituição e conspiram contra a ordem política e social; pelos milicianos que propagam o conflito na sociedade; e por empresários corruptos que pagam milhões de reais para disseminar mentiras no Facebook e WhatsApp.
Com Haddad está todo o mundo civilizado que se solidariza com os democratas, progressistas e humanistas que resistem ao risco do fascismo no Brasil.
Ao lado do Haddad estão Chico Buarque, Mano Brown, Caetano, Gil, Sônia Braga, Letícia Sabatella e dezenas de milhões de pessoas generosas dedicadas à construção de uma nação livre, democrática, justa e de respeito entre irmãos brasileiros.
A vitória da democracia está ao alcance. Os próximos 4 dias devem ser de dedicação total à conscientização do povo contra a ameaça fascista.
Bolsonaro deu sinal de desespero, e inventou ter sido ameaçado por um suposto atentado, sem apresentar uma única prova, com o único objetivo de tumultuar a eleição.
A possibilidade da vitória da democracia sobre o fascismo está ao alcance. Ela poderá ser confirmada nas ruas, no diálogo paciencioso e esclarecedor com milhões de pessoas que estão sensíveis a argumentos convincentes – racionais ou emocionais.
O Brasil pode ser salvo do fascismo. Os sinais estão no ar, nas ruas e no seio do povo.
Por Jeferson Miola, Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial | Texto em português do Brasil
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