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Terça-feira, Julho 16, 2024

Abandono de políticas públicas aumenta feminicídios em São Paulo

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

O G1, em parceria com a GloboNews, divulga nesta segunda-feira (6), um levantamento nada auspicioso para o estado mais rico da nação. Com base em boletins de ocorrências feitos pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o levantamento mostra crescimento acentuado do número de feminicídios no estado.

Entre janeiro e novembro de 2019 foram 154 ocorrências, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período de 2018, quando ocorreram 119 assassinatos de mulheres pelo fato de serem mulheres. Supera também o total de 134 crimes desse tipo registrados pela SSP em 2018.

Esse é o maior número de feminicídios desde 2015, ano em que foi sancionada a Lei 13.104 – Lei do Feminicídio – pela então presidenta Dilma Rousseff. A maior parte dos crimes aconteceu por causa do pedido de separação feito pela vítima.

Os números comprovam a necessidade da retomada das políticas públicas pelos direitos da mulher que vinham sendo implementadas para aprimorá-las e coibir a violência que cresce ano a ano contra as mulheres”.

A sindicalista mineira se refere ao fato de o Brasil ser o quinto país mais violento contra as mulheres. Pesquisa feita pelo Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) no início de 2019 mostra que, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil entre fevereiro de 2018 a fevereiro de 2019.

Mas a situação não se resume à violência física, isso porque 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de abuso nas ruas, no transporte coletivo, no trabalho, em todos os lugares. Sendo que 42% dos casos ocorreram dentro de casa e pior ainda, 52% das vítimas não efetuaram denúncia.

O G1 e a GloboNews apuraram que 79% dos casos (121 dos 154) têm autoria conhecida, a maioria companheiros ou exs das vítimas; 68% das ocorrências (105 dos 154) ocorreram dentro da casa da vítima; 42% dos casos (65 dos 154) tiveram prisão em flagrante e a média de idade de todas as vítimas mortas até novembro de 2019 é de 36 anos.

Também cresceu 4% o número de estupros registrados de janeiro a novembro de 2019 em relação a igual período de 2018 em São Paulo. Lembrando que são registrados aproximadamente 50 mil estupros todos os anos no Brasil e 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do FBSP, aponta que 53,8% das vítimas tinham até 13 anos.

“Como se vê, a situação já ultrapassa todos os limites da sanidade mental”, afirma Celina.

Precisamos tomar providências urgentes com gigantescas manifestações e trabalhando para a eleição de muitas mulheres comprometidas com a luta pela igualdade de gênero”.

Francisca Pereira da Rocha Seixas, secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, lembra ainda que São Paulo, “por ser o estado mais rico e de maior população deveria dar o exemplo e puxar a reação contra o desmonte das políticas de defesa da vida das mulheres, mas infelizmente o governo conservador de João Doria, não faz nada em relação aos direitos das populações vulneráveis”.


Texto em português do Brasil


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