Poema inédito de Alice Coelho
Abril
Tenho a liberdade nos cabelos plantada
Em perfume inalada e fardas de crença
Flores enfiadas em cano de espingarda
E a esperança gravada num desespero
De anos passados em cânticos gloriosos
Sem sangue, sem espada, gritos furiososTenho a liberdade nos cabelos plantada
A saudade das ruas de Lisboa invadidas
E um Abril adormecido em peito de fada
Com cravos vermelhos em mãos cheias
A democracia nas vozes do povo eleita
A frustração que é sentir que não foi feitaTenho a liberdade nos cabelos plantada
Em vestido de luto num corpo desfalecido
À espera de um mês de Abril rejuvenescido
Receba regularmente a nossa newsletter
Contorne a censura subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.