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João de Sousa

Segunda-feira, Novembro 4, 2024

Ai Assunção, Credo!!!

Eduardo Águaboa
Eduardo Águaboa
Escritor, Ensaísta, Comentador político especializado em ideias gerais

 

Assunção

Cara Assunção Cristas.

Como vais minha cara oposição?

Estou a escrever-te estas linhas depois de te ouvir dizer o que ouvi sobre as razões da tua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, que também é minha.

É que ainda me recordo o que disse o teu kamarada Amaral, em Luanda, sobre ti. Recapitulo:

“A nossa líder nasceu aqui e aqui viveu até aos nove meses e guarda gratas recordações e um grande amor por Angola!”

Dito de outra forma, o kamarada, quis dizer que tu eras mais angolana do que os angolanos e que o teu coração jamais deixou de andar por aquelas bandas.

Na altura, confesso, que fiquei perplexo, mas depois de muito matutar lembrei-me que talvez não fosse bem o coração e que te lembrasses da chupeta que usavas em Angola. Uma boa chupeta nunca se esquece. Eu não só ainda me lembro da minha como ainda a tenho e, vê bem, de vez em quando lá a coloco. Basta ter uma birra. Por isso entendi muito mais tarde o kamarada Amaral de quem, aliás, nunca mais ouvi falar. Foi para as calendas? Disse o que não devia? Não foi um bom tribuno em Angola? Levaste-o ao médico e ele não te disse coisas boas? Não sobre a saúde, mas sobre o psicológico?

Adiante Kamarada Assunção….

Eis que agora és tu quem o dizes…és tu quem o dizes…(espero que este género indisciplinado te agrade) és de Lisboa que te recebeu e acolheu -aos tais nove meses – o coração não-sei-onde e que a tua alma estava presa nos fundos do Tejo!

Ó PÁ!!!!!!!

Essa é digna daquele meu amigo que quando se ganza se julga Moisés!!!

O Tejo, o doce Tejo, era lá capaz de uma maldade dessas? E tu queres sair lá dos fundos? A ser assim, não te sentes bem por lá?

Terá sido por isso que o então candidato, também à Câmara de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa, se fez a ele, nadando nele sei lá quanto tempo, e que até hoje ninguém compreende ou sabe para que serviu? Mas, cuidado, parece que ele disse que o Tejo estava…poluído…e a tua lama, perdão, a tua alma, lá nos fundos, tadinha?

Essa é uma bela história para ser contada em jantares, podes crer.

É por isso que eu acho que com tiradas dessas vais ser eleita.

Aqui e mais tarde em Angola, quando regressares às origens da chupeta.

Estimada Assunção Cristas.

Pelo que conheço das senhoras de todo o mundo, eu acho que senhoras como tu já só se produzem em Itália. Não queres tentar Roma? É que Lisboa só está a precisar de álcool e civilização. Agora quem anda à procura de si próprio, Lisboa não é seguramente o local mais indicado.

Eu acho que tu não sabes se queres Luanda, se queres Lisboa, se queres tudo, se não queres nada.

Tu criaste um novo provérbio “os bebés vêm de Luanda, mas se se portarem mal, nascem em Lisboa” que lhes mete o coração não-sei-onde (repito) e lhes guarda a alma no fundo do Tejo!

Credo, Assunção!

Enfim, cada país tem a sua Ana, a sua Inês, a sua Assunção!

Credo!!!

E vou eu votar em ti.

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