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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

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Maria do Céu Pires
Maria do Céu Pires
Doutorada em Filosofia. Professora.

A Secretária de Estado para a Igualdade, Catarina Marcelino, anunciou no dia 14 que, em colaboração com o Ministério da Educação, vai ser proposto o tratamento, em sala de aula, de temas como violência e estereótipos, no próximo ano lectivo.

A Secretária de Estado para a Igualdade, Catarina Marcelino, anunciou no dia 14 (aquele que o consumismo reinante catalogou como “Dia dos Namorados”) que, em colaboração com o Ministério da Educação, vai ser proposto o tratamento, em sala de aula, de temas como violência e estereótipos, no próximo ano lectivo. Para além destes serão tratados outros temas de Direitos Humanos, no âmbito da Educação para a Cidadania.

O objectivo desta decisão governamental tem carácter preventivo: pretende-se combater, desde o início da escolaridade (pré-escolar) a violência e, nomeadamente, a violência de género. É uma medida necessária e fundamental, dado que, face ao actual retrocesso civilizacional, muitos dos valores construídos, da não-violência, da igualdade, da não-discriminação, estão a desaparecer da vivência das crianças e jovens em idade escolar.

Como tal, deverá estender-se a todas as escolas e a todos os níveis de ensino. Contudo, não se poderá cair em alguns erros do passado recente: transformar estes temas em matéria de “politicamente correcto”. As metodologias terão que ser outras.

E há bons exemplos. Algumas escolas, nomeadamente onde existem Clubes de Direitos Humanos e outros, há trabalho continuado nestas temáticas. Este poderá ser um bom ponto de partida e, encarado de forma crítica e criativa, poderá tornar-se um contributo valioso para concretizar os objectivos propostos.

Há seis escolas em Portugal, as envolvidas no Projecto “Escolas Amigas dos Direitos Humanos”, que, em parceria com a Amnistia Internacional, desde há 4 anos desenvolvem aquilo que agora se propõe. Trata-se de um projecto pioneiro nesta área. Os decisores políticos deveriam tomá-lo como “inspiração” e como exemplo do que é possível ser feito nas escolas.

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