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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Alemanha acusa Turquia de apoiar terrorismo

bundestag
Bundestag – Parlamento alemão

A notícia dada pelo canal público alemão ARD, refere uma fuga de informação através de um relatório onde se lê que o Governo alemão está convicto de que Ancara tem financiado deliberadamente, os Islamistas e organizações terroristas, com o consentimento directo do Presidente Recep Tayyip Erdogan.

O documento terá sido escrito pelo Ministério do Interior e será uma resposta confidencial a uma pergunta formulada pelo DieLinke, o partido A Esquerda com assento no Bundestag (Parlamento alemão).

De acordo com a ARD, o documento refere que “As inúmeras afirmações de solidariedade e apoio dirigidas pelo Partido AKP (no poder) e pelo presidente Erdogan à Irmandade Muçulmana no Egipto, ao Hamas e a grupos islamistas de oposição armada na Síria evidenciam a sua afinidade ideológica com os seus irmãos muçulmanos”.

Ancara tem rejeitado, repetidamente, as acusações de fornecimento de armas aos combatentes islâmicos na Síria.

De acordo com o semanário Der Spiegel, é a primeira vez que o governo alemão acusa publicamente a Turquia de ter ligações com o Hamas e outros grupos islâmicos. O documento reportará ainda “ter havido, no passado recente, acções que visaram aprofundar esses laços entre o governo da Turquia e os referidos grupos.”

“Como resultado da islamização passo a passo, da sua política externa e interna, a Turquia tornou-se , desde 2011, a plataforma central para a acção por parte de grupos islâmicos no Médio Oriente” denuncia que é feita, também e de acordo com a ARD, no citado documento.

As relações entre a Alemanha e a Turquia azedaram nos últimos meses depois que o Bundestag ractificou uma proposta no sentido de reconhecer os massacres de armênios por parte das tropas turcas otomanas em 1915-16, como genocídio.

As autoridades alemãs também impediram, recentemente, Erdogan de falar via internet aos seus apoiantes reunidos em Colónia, para um comício, onde milhares saíram às ruas para apoiar o presidente turco após o “golpe” fracassado em Julho.

O documento afirmará, também que “uma resposta pública à questão do DieLinke não era possível, para o bem-estar do estado”.

Também não é claro em que medida a resposta terá sido, previamente, acordada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier tem sido cauteloso na sua crítica à Turquia desde que a União Europeia assinou, em Março deste ano, um acordo sobre refugiados o que consequentemente contribuiu para a redução maciça do número de pedidos de asilo submetidos na Alemanha desde o no final do ano passado.

Fontes: ARD, Der Spiegel

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