Autor de “Techos de cartón”, Ali Primera não se considerava um cantor de protesto, mas de “canções necessárias”.Em tempos de guerra, cada país invoca seus heróis em todas as áreas da vida. Na Venezuela, na música e na poesia, neste momento, é o caso de Ali Primera, “El cantor del pueblo”. Nos anos setenta, ganhou lugar de destaque no movimento de novos cantautores latinos. Filiado ao Partido Comunista desde jovem, morreu em um acidente de carro em 1985. Em 2005, sua música foi declarada parte integrante do Patrimônio Nacional Venezuela.
Autor de “Techos de cartón”, Ali Primera não se considerava um cantor de protesto, mas de “canções necessárias”. “No canto porque existe la miséria, sino porque existe la posibilidad de borrarla, de erradicarla de la faz de la tierra”, dizia ele. “Alí, tu canto siempre fue arma para la lucha, tu ejemplo y tu guitarra van grabados en nuestras banderas”, disse Hugo Chávez. Ali cantava o sofrimento do povo submetido à pobreza e à desigualdade social.
Em 1972, o cantor e compositor gravou seu primeiro disco chamado “De una vez”, que trazia os clássicos “Techos de cartón”, “Yo no sé filosofar”, “El despertar de la historia” e “No basta rezar”, entre outros. O disco foi gravado na Alemanha devido ao veto das gravadoras e dos meios de comunicação locais. Por conta disso, Ali fundou seu próprio selo discográfico – Cigarrón, para difundir sua obra.
Em matéria recente, o portal Telesur destacou que “actualmente, Alí es símbolo de lucha e ídolo de muchos jóvenes que ven en su música, su conciencia, su visión, su filosofía, un mensaje lleno de lucha revolucionária”. Ali deixou 13 discos e mais um disco póstumo incompleto, e participou de diversos festivais em toda a América Latina. Para muita gente, o acidente que provocou sua morte foi um atentado.
Ali Primera – Techos de cartón
Por Fernando Rosa, Jornalista, produtor cultural, editor do portal Senhor F e colaborador do site Rádio Peão Brasil | Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado
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