“Almoço dos Remadores”, de Pierre-Auguste Renoir. Renoir foi um dos mais famosos pintores do movimento impressionista, e um mestre na interpretação da luz e da cor na natureza.
Último extraordinário trabalho da sua fase impressionista (regressará a técnicas pictóricas mais tradicionais), o pintor constrói um momento de vida ociosa, num restaurante à beira do Sena, num ambiente que envolve a perspectiva beaudelaireriana da chamada “vida moderna”. Salta imediatamente à vista a “natureza-morta” sobre a mesa, que mais parece, em boa verdade, viva e bem viva, tal é o requinte cintilante da sua composição. Enternecedor, ainda, o carinho amorável da jovem e o seu cão.
O restaurante é muito famoso e pertence ao senhor Fournaise, que é o personagem à esquerda, de pé. Sentada perto de si, a modelo Aline Charigot (com o cão), que viria a ser a mulher do pintor. Ainda no lado esquerdo da tela, a jovem Alphonsine, filha do dono do local, encostada ao varandim e em conversa com o barão Raoul Barbier, o organizador do repasto. Na divisória do lado direito, em primeiro em plano, de chapéu de palha na cabeça, o pintor Gustave Caillebotte, grande mecenas das Artes está à conversa com a actriz Ellen André, habitual modelo de Renoir. De pé, entre eles, o jornalista Maggiolo. Atrás deste, o trio namoradeiro é identificado pela actriz Jeanne Samary namoriscada por Paul Lhote e Lestringuez (de chapéu de coco). Ao centro do quadro e de copo na boca é Angéle, a modelo preferida do pintor. Os dois homens que se encontram por trás, em pé, são Charles Ephussi, de chapéu alto e o filho do proprietário do restaurante.
Conhece-se a identificação dos convivas pela inscrição dos seus nomes numa fotografia.
Pierre-Auguste Renoir 1841-1919
Nascido em Limoges, França, em 1841, filho de Léonard Renoir, um alfaiate de origem modesta.
Foi um dos pintores franceses que iniciaram o desenvolvimento do movimento impressionista. Conhecido por celebrar a beleza e, especialmente, a sensualidade feminina. Diz-se que Renoir é o último representante de uma tradição herdada directamente de Rubens e terminando com Watteau.