Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Sexta-feira, Janeiro 31, 2025

Álvaro Cunhal nasceu há 106 anos

Em jeito de homenagem ao nosso camarada Américo Sarmento Mascarenhas, fundador do Tornado que já não se encontra entre nós, publicamos um texto que nos legou, faz hoje quatro anos, a propósito da efeméride do nascimento de Álvaro Cunhal. A foto, trabalhada pelo nosso departamento de desenho, também é da sua autoria.

… E, sim, teria assinado o acordo!

Se fosse vivo, Álvaro Barreirinhas Cunhal faria hoje 106 anos, pois nasceu nesta casa, em Coimbra, a 10 de Novembro de 1913, e faleceu em 13 de Junho de 2005.

Filho de Avelino Henriques da Costa Cunhal, um advogado republicano e liberal, e de Mercedes Simões Ferreira, uma católica convicta, Álvaro Cunhal nasceu numa casa da actual Rua do Brasil, em Coimbra, que não ostenta qualquer memória da efeméride (na foto).

Mas o jovem Cunhal cedo abalou de Coimbra rumo a Seia, terra do pai que acabaria por retirá-lo da Escola Primária local, para que o filho não estivesse a ser ensinado por «uma professora primária autoritária». Mas também cedo, aos onze anos, deixou a vila serrana para rumar à capital. Em Lisboa estudou no Liceu Camões e na Faculdade de Direito de Lisboa, onde terá despertado para a luta revolucionária contra o Estado Novo.

Em 1931, com 17 anos, filiou-se no Partido Comunista Português, a quem iria dedicar toda a sua vida. Já preso em 1940, Álvaro Cunhal é escoltado pela polícia até à Faculdade de Direito de Lisboa para a apresentar a sua tese de licenciatura, com uma temática nada vulgar para o Portugal de então: “Aborto e sua despenalização”. O júri de catedráticos, de que fez parte Marcello Caetano, surpreendentemente aprovou o aluno com uma nota final de 17 valores.

Mas o jovem não iria nunca praticar Direito, como fizera o seu republicano pai, entregando-se por completo à luta política, mas também à escrita, sob o pseudónimo de Manuel Tiago. Ao todo, o dirigente comunista esteve quinze anos preso, oito dos quais em total isolamento. Protagonizou, juntamente com outros presos do PCP, a famosa fuga do prisão-forte de Peniche a 3 de Janeiro de 1960, rumando então para o exílio em Moscovo. Regressou a Portugal, como tantos outros exilados, nos dias após o 25 de Abril de 1974, para liderar o seu partido de sempre, o PCP.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante  subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -