Está provado que somos mais felizes e vivemos melhor quando temos amigos e convivemos. A pertença a uma comunidade, a uma família universal, e com ela nos relacionarmos, nos faz bem, nos dá saúde, física e mental. Por isso os estudos sobre doenças mentais, como a doença de Alzheimer, ao apontar formas de as prevenir, falam da importância de ter amigos e de uma vida social onde o convívio e a interação sejam regra.
Escolhemos os amigos a um nível (mais) consciente. Escolha essa baseada nas empatias e afinidades várias. E com os quais, muitas das vezes, nos identificamos mais do que com a chamada família nuclear ou mais próxima. Há quem vá mais longe e afirme que poderíamos viver até sem família, ou sem cônjuge, mas não sem amigos. Ralph Waldo Emerson, o famoso escritor e filósofo americano (1803-1882) referiu-se certa vez aos amigos como o “néctar dos deuses”. E sobre a amizade, Chico Xavier disse um dia: Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria”.
Muitas pessoas sentem a necessidade desse convívio e dessa vida social mas não sabem como fazer. E as redes sociais nos últimos anos tudo tem dificultado, criando e levando a um isolamento e a um distanciamento cada vez maior das pessoas e das sociedades em geral.
Vive-se online. E já poucas vezes se está com os amigos para conversar, para sair, para trocar impressões, para partilhar experiências. Fisicamente. Que é o que o que traz aquela satisfação e aconchego que emana do calor humano, da presença física. Muitos sequer se dão conta do vazio que vivem.
A propósito, há alguns anos atrás foi feita uma experiência com um grupo de jovens estudantes dinamarqueses. Foi-lhes proposto que ficassem sem os seus smartphones e outros aparelhos durante um período escolar, só podendo lhes ter acesso durante uma hora por dia. Ao fim do período escolar, esta nova experiência foi a votação. Ou regressava-se à antiga forma de acesso livre e ilimitado aos telemóveis, smartphones, e demais aparelhos, ou à nova experiência. 80% dos alunos votaram pela última e nova experiência.
Na Holanda, por exemplo, desde 2006, a cada dia 26 de Maio, comemora-se o Dia do Vizinho. É uma forma de dar-se a conhecer e conhecer quem vive perto de nós. Muitos vizinhos assinalam o dia com iniciativas de convívio na rua onde moram, ou reunindo-se em casa uns dos outros onde conversam e convivem. A Holanda tem uma longa tradição muito disseminada e enraizada de boa vizinhança. E segue corroborando o ditado antigo e popular holandês de que “beter een goede buurman dan een verre vriend” (“é melhor um bom vizinho do que um amigo distante”).
Iniciativas que podemos seguir. Adaptando-as à nossa realidade e comunidade.
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