A Amnistia Internacional anunciou ontem a retirada do prémio Embaixadora de Consciência a Aung San Suu Kyi face ao que se considera ser a traição vergonhosa da líder de facto de Myanmar aos valores que em tempos representou.Domingo, 11 de Novembro, o secretário-geral da Amnistia Internacional, Kumi Naidoo, escreveu uma carta a Aung San Suu Kyi a informá-la da decisão da organização em retirar-lhe o prémio com que a distinguira em 2009. Sendo que este prémio é o mais importante galardão atribuído pela organização de direitos humanos.
Na missiva, Kumi Naidoo expressa a decepção, da organização de direitos humanos, por a líder birmanesa não ter usado a sua autoridade política e moral para defender os direitos, a justiça e a igualdade em Myanmar. Kumi Naidoo cita a aparente indiferença de Suu Kyi perante as atrocidades cometidas pelos militares no país assim como a crescente intolerância das autoridades à liberdade de expressão.
Era nossa expetativa de que, como Embaixadora de Consciência da Amnistia Internacional, continuasse a usar a sua autoridade moral para se fazer ouvir contra a injustiça onde quer que a visse, mais ainda em Myanmar.”
Assinala-se hoje, a 13 de Novembro, oito anos desde que Aung San Suu Kyi foi liberta do regime de detenção domiciliária, em Yangon.
Hoje, é com profunda consternação que vemos que já não representa um símbolo de esperança, de coragem, e da eterna defesa dos direitos humanos. A Amnistia Internacional não pode continuar a justificar o seu continuado estatuto de galardoada com o prémio Embaixadora de Consciência e, assim, com enorme tristeza agora lho retiramos”.
Carta de Kumi Naidoo
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