Cansado do Passos Coelho, da Cristas, desses furiosos miudinhos que despediram milhares e milhares de cidadãos e agora, santos hipócritas, estão preocupados sobre quantos funcionários da Caixa Geral de Depósitos, que queriam privatizar, vão para o desemprego.
Dizes-me, amor que não tenho, para esquecer essa gente, essa fadiga, que não deixes ambos atingirem o zénite, que ninguém merece ser abatido dessa forma.
Pelo cansaço! Pela estupidez! Pela mesquinhez!
– Escolhe o que mais te agradar – enfatizas.
– É que assim – acentua o meu amor que não existe – ver-te-ás forçado a endoidecer. É grande o atrevimento do cansaço, tenha ele o rosto que tiver, ataca, fere e enlouquece, e tu, meu «ursinho» és-me demasiado precioso para te deixar chegar a esse estado!
O amor que eu não tenho, parece-me hoje, uma aldrabice devidamente documentada. Tem cartão de cidadã. Vem configurada e tudo.
Hoje, meu amor que não tenho, busco umas coisas e fujo de outras.
E tudo isto neste país me cansa.
Ando aos papéis.
É daquele tipo de merdas que até me fazem dançar nos corredores, com as cadeiras, depois com as portas e quando dou por mim estou descalço.
Sabes, amor que eu não tenho?!, precisava que a Direita portuguesa se calasse, ficasse em silêncio uma ou duas horas, pois preciso desse tempo abraçado a ti.